Neste contexto, partilho hoje consigo, caro leitor, uma reflexão sobre a dicotomia emprego e trabalho e sobre formas de encarar cada novo dia na expectativa de se encontrarem mais e novas iniciativas que vislumbrem bons níveis de satisfação pessoal e de realização profissional enquanto razões de uma existência desejavelmente mais saudável e mais equilibrada.
Nesta linha de pensamento, e com base na grande máxima “parar é morrer”, o meu apelo vai agora no sentido de não nos entregarmos à tentação de baixar os braços na hora da mudança imposta pela dinâmica do mercado de trabalho.
É sabido que o peso cultural do nosso país nos faz ainda encarar uma desocupação laboral, sejam quais forem as razões subjacentes, como vazio, insucesso ou, não raras vezes, condição a ocultar de familiares e amigos. E, por isso mesmo, como que a enfiar a cabeça debaixo da areia e a perder alguma da lucidez necessária à procura de alternativas. Se é compreensível que o ser humano sinta o mundo a desabar numa qualquer alteração de ritmos ou num imponderável laboral, também é desejável que tomemos os exemplos de outros povos noutros continentes, que tiram partido de tais circunstâncias para aprenderem lições e se lançarem em novas procuras capazes de desafiarem os limites das suas forças e do seu potencial.
Não me atrevendo, também por exercício do meu mais elementar sentido de justiça, a pôr em causa dificuldades de colocação no mercado de trabalho, sugiro, mesmo assim, que troquemos o espírito derrotista que nos é algo comum pelo positivismo capaz de nos fazer encontrar novas possibilidades, mesmo que, para tal, tenhamos que contrariar a nossa tradicional zona de conforto.
Este é, de resto, um tema que não tem necessariamente de obedecer às fronteiras da idade. Por que não esperar de um cidadão mais maduro e em termo de vida ativa no mercado de trabalho a capacidade de colocar ao dispor de instituições, seja de que natureza forem, todo o grande manancial de conhecimento desenvolvido na profissão? Até porque esta é, também por via da interiorização de que os hábitos de trabalho podem ser aplicados a tantas outras áreas a que não estamos necessariamente tão habituados, uma excelente forma de juntar o útil ao agradável e de conferir nova dimensão à vida, mas também um cunho pessoal a projetos que podem e devem ser cada vez mais de todos para todos.
Já dos mais jovens se espera que não se deixem sucumbir pelas dificuldades da atual circunstância e que tenham a visão e o arrojo capazes de os fazer tirar partido do espírito empreendedor e aventureiro que lhes é tão característico e a procurarem, num mercado de trabalho que deixou de estar confinado a fronteiras geográficas, possibilidades de conquistarem espaço e mundo que os catapulte para novos padrões de sucesso pessoal e profissional.
Acima de tudo, há que encarar toda e qualquer atividade à luz de competência, de capacidade e de empenho, afinal o trinómio capaz de nos conferir grandes doses de autoestima e sentido de realização.
Cabe-nos, pois, “geniar” na criatividade e empreendedorismo que sempre caracterizaram o povo português e percebermos que será assim mais fácil alcançarmos as nossas metas e objetivos de vida e, por conseguinte, concretizarmos os nossos sonhos.
Até porque, num tal estado de análise e de prática de trabalho útil, o que não vai apenas no sentido do emprego, ganham os indivíduos, ganham as empresas, ganha a sociedade, ganha a economia… ganha o País!