É tempo de relaxar o corpo e a mente e retemperar forças, seja do ponto de vista pessoal e familiar, seja no que se refere às atividades que mais nos ligam às empresas ou outras organizações a que dedicamos tanto do nosso tempo e formação humana. Pois bem, no momento de rumarmos a outras paragens, levemos na mala a capacidade de reflexão que funcione como mote para olharmos com outros olhos para o reconhecimento a fazer às organizações que se empenham em práticas diferenciadoras, também no que à Responsabilidade Social diz respeito.
Ao longo dos últimos meses tive o privilégio de estar envolvida em vários processos e encontros para análise, decisão e premiação de boas práticas institucionais. E foi bem recentemente que, em ambiente de gala e numa sala a abarrotar de gente da comunicação de vários setores de atividade, dei comigo a vibrar com os louvores públicos feitos a trabalhos de excelência em várias categorias. E aplaudi com muito orgulho e satisfação o prémio atribuído ao melhor trabalho em comunicação de responsabilidade social. Se, a quente, o peito me saltou pela coragem e visão dos organizadores da iniciativa, a verdade é que, passados dias, considero inegável o impacto que o reconhecimento público daquilo que de melhor se faz pode ter na saúde anímica e financeira de pessoas e organizações, também as empresarias, e na proliferação dos bons exemplos.
Também no GRACE, a Associação que vi nascer há treze anos e meio, tem sido muito gratificante assistir à forma como estudantes universitários respondem à chamada que empresas em associativismo lhes fazem, no sentido de trazerem a público trabalhos académicos que, com muito mérito, investigaram o impacto que as diversas disciplinas da Responsabilidade Social têm nas comunidades contemporâneas.
Curioso que, quando me iniciei neste mundo da Responsabilidade Social nas empresas, uma qualquer situação de tratamento público de temas sociais era encarada como se de um atentado ao pudor da organização se tratasse. Talvez também pelo receio da má interpretação feita por stakeholders menos informados ou mais dispostos a confusão com práticas de marketing social ou qualquer outra prática menos genuína. E, apesar de muito consciente da relação causa-efeito que estes temas encerram, nem eu alcançava ainda o quanto em Responsabilidade Social é importante reconhecer e partilhar o que se faz de bem feito. É que, sabemo-lo bem, valorizar o que é verdadeiramente superior, ou seja, premiar o que… e quem… mais se destaca em qualquer cenário social significa, mais do que merecido e puro reconhecimento, um forte compromisso relativamente à consolidação e continuidade da excelência capaz de contaminar e influenciar os que possam estar mais desatentos ou adormecidos.
Assim, caro leitor… e decisor…, nesta fase de partida para férias exorto à necessidade de renovar ideias e de encarar as decisões de Responsabilidade Social também na perspetiva de que o que é bom é para reconhecer, enaltecer e premiar, e que não há stakeholder que se preze que não goste de estar consigo na hora de aplaudir as melhores práticas da sua organização, olhando para elas à luz da consistência que fundamenta a mais salutar competitividade.
Porque, creia-me, também e cada vez mais, no mundo da Responsabilidade Social premiar o que é bom importa.