Numa iniciativa conjunta do Governo, do setor empresarial, da sociedade civil e de filantropos irlandeses, entre os dias 23 e 25 de março, Dublin vai receber um evento denominado ChangeNation, para o qual foram convidados 50 Inovadores Sociais de todo o mundo. O objetivo é conhecer de perto as inovações e seus idealizadores, para avaliar como podem ser implantadas na Irlanda, já que o país, a exemplo de outros, foi fortemente afetado pela crise económica.
A iniciativa é louvável, o conteúdo é interessante, o encontro vai ser aberto pelo primeiro-ministro irlandês e será acompanhado, com estatuto especial pelo jornal, The New York Times e pela revista The Economist, além da BBC e outros grandes da imprensa do Reino Unido. Estarei lá e levo o conceito da Bolsa de Valores Sociais (BVS) que criei no Brasil e implementei em Portugal, em parceria com a Euronext Lisbon, com a Fundação EDP e com a Fundação Calouste Gulbenkian. A BVS portuguesa chamou a atenção da Irlanda desde que, em outubro de 2011, a Comissão Europeia produziu um documento de soluções para a Europa no qual somos citados como um modelo a ser percebido e replicado em outros países.
Mas onde está o walk the talk?
Justamente no que acontecerá depois de o evento terminar. Para cada um dos 50 Inovadores Sociais, foi destacado um voluntário local com experiência na área em questão, cuja responsabilidade será a de dar sequência, durante os seis meses seguintes, às conversas iniciadas com o Governo, com o empresariado, com as fundações e com os filantropos que se tenham interessado por uma inovação específica.
Denominados Change Executives, são profissionais com experiências nas áreas da Educação, da Saúde, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Económico, da Terceira Idade, da Inclusão Digital e de outros setores que necessitam de soluções na Irlanda.
No meu caso, estou, desde já, a ser acompanhado por um simpático irlandês chamado John Egan, cujo currículo é o de empreendedor bem sucedido do setor empresarial, com background em finanças, que já criou duas instituições sociais e que já agendou reuniões com a Irish Stock Exchange, com bancos, com fundos de investimentos e outros interessados.
Traduzido para o português, walk the talk perde a rima. Mas o conceito, esse, tem muito que nos ensinar.