A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) Portugal alertou, esta sexta-feira – Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza – para o número persistente de pessoas em risco de pobreza, acima dos dois milhões, o que demonstra que este fenómeno continua a ser um problema estrutural no País, apesar de os dados estatísticos mais recentes mostrarem “uma redução significativa do risco de pobreza ou exclusão social, que atinge agora 19,7% da população – o valor mais baixo desde 2015”.
“Ainda assim, cerca de 2,1 milhões de pessoas continuam nesta situação de vulnerabilidade, ou seja, um em cada cinco portugueses”, destaca a organização não-governamental (ONG).
De acordo com os dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR), do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos a 2023, e divulgados em dezembro de 2024, o risco de pobreza tinha diminuído 0,4 pontos percentuais em comparação com 2022, chegando aos 16,6 por cento.
Em 2023, a taxa de risco de pobreza correspondia à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 632 euros por mês.
A EAPN destaca que “em Portugal, 1,76 milhões de pessoas encontram-se nesta situação – uma em cada seis pessoas” e aponta que “as mulheres continuam a ser a maioria (56%)”.
Os Açores permanecem como a região mais vulnerável do país, com 28,4% da população em risco de pobreza ou exclusão social. No continente, é a península de Setúbal que se destaca como a região mais vulnerável (21,8%).