Com 15 mortos confirmados e mais 18 feridos, o descarrilamento do icónico Elevador da Glória, um dos mais turísticos de Lisboa, é o maior desastre ocorrido neste século na capital portuguesa. E o pior de sempre num meio de transporte da Carris.
No topo da lista dos maiores desastres continuam as grandes cheias que, em 1967, assolaram a zona da Grande Lisboa, provocando a morte de 462 pessoas – embora algumas versões apontem para um número superior, escondido então pela censura imposta aos meios de comunicação social.
Confirmados foram, no entanto, ainda durante a ditadura, os 49 mortos e 69 feridos, no dia 28 de maio de 1963, quando ruiu a cobertura em betão da estação ferroviária do Cais do Sodré.
Embora tenha provocado uma grande comoção nacional, o incêndio do Chiado, a 25 de agosto de 1988, que lavrou durante quase um dia, apenas provocou duas vítimas mortais, entre as quais um bombeiro. No entanto, os prejuízos económicos foram de monta, já que consumiu 18 edifícios, provocou o fecho de dezenas de negócios e levou centenas de pessoas para o desemprego.
LISTA DOS ACIDENTES MAIS GRAVES COM COMBOIOS PORTUGUESES
10 de setembro de 1919 A caldeira de uma locomotiva a vapor do comboio do Monte, na Ilha da Madeira, explode, provocando 4 mortos e vários feridos.
9 de novembro de 1921 Em consequência das convulsões políticas da I República, um atentado provoca o descarrilamento de uma composição proveniente do Algarve na estação da Figueirinha, na Linha do Alentejo, fazendo 9 mortos e cerca de 90 feridos.
31 de março de 1952 Um desabamento de terras sobre a via, junto ao farol da Gibalta, causa o descarrilamento de uma composição na Linha de Cascais, provocando 10 mortos e 38 feridos.
13 de setembro de 1954 Uma composição de passageiros, em serviço rápido, vinda de Vila Real de Santo António, descarrila entre o apeadeiro das Pereiras e a estação de Santa Clara-Sabóia, na Linha do Sul, acidente de que resultam 34 mortos e igual número de feridos.
26 de julho de 1964 Na Linha do Porto à Póvoa de Varzim e Famalicão, a unidade de cauda de uma composição desengata-se, descarrilando e colidindo com um pontão. Este acidente foi provocado por peso a mais devido a sobrelotação, embora também se aponte um possível excesso de velocidade como causa. Resultado: entre 91 e 102 vítimas mortais.
26 de abril de 1984 A colisão entre um autocarro e uma automotora junto ao apeadeiro de Recarei-Sobreira, em Paredes, provoca 17 mortos e vários feridos.
11 de setembro de 1985 Uma composição do Sud Express, e outra de serviço regional, colidem junto à estação de Moimenta-Alcafache, na Linha da Beira Alta. O relatório oficial da CP estima cerca de 49 mortos e 64 desaparecidos. Mais tarde conclui-se que morreram cerca de 150 pessoas. Até à data, é o pior acidente ferroviário ocorrido em Portugal.
5 de maio de 1986 Uma colisão entre dois comboios (um rápido e um suburbano) na estação da Póvoa de Santa Iria causa 17 mortos e mais de 80 feridos.
29 de maio de 1994 O embate entre um autocarro e uma automotora numa passagem de nível próxima do apeadeiro de Rates, na Linha do Porto à Póvoa de Varzim e Famalicão, resulta em 5 mortos e 21 feridos.
8 de novembro de 1997 A colisão entre uma automotora e uma composição, junto à estação de Estômbar-Lagoa, na Linha do Algarve, provoca 6 mortos e 14 feridos.
4 de abril de 2002 Duas automotoras colidem junto à localidade de Casal do Espírito Santo, numa secção de via única do Ramal da Lousã, causando 5 vítimas mortais e 11 feridos.
11 de março de 2008 Uma ambulância é colhida por uma composição numa passagem de nível na localidade de Montijos, em Leiria, provocando a morte de 4 pessoas.
1 de setembro de 2009 Uma colisão entre um automóvel e uma automotora, numa passagem de nível sem guarda na Linha do Douro, resulta em 5 mortos e 2 feridos.
9 de junho de 2010 Três pessoas são colhidas por uma composição internacional proveniente de Paris, com destino a Lisboa, na freguesia de Riachos, Torres Novas.