Nada teria sido diferente se as centrais de carvão estivessem em funcionamento, não só devido aos preços muito mais baixos da eletricidade verde no mercado grossista, no momento do apagão, como pelo tempo que demoraria a fazer arrancar as termoelétricas, garante Pedro Amaral Jorge. O presidente da APREN sublinha ainda que a interligação do sistema elétrico europeu é precisamente o que lhe dá resiliência e lembra a importância de apostar em renováveis para assegurar a soberania energética, num mundo cada vez mais imprevisível. E garante também que a discussão sobre ter um sistema energético público ou privado é estéril. “Qual é o interesse dos privados em não ter um bom funcionamento do sistema elétrico? Receber reclamações do regulador, pagar penalidades por não cumprir os níveis de qualidade de serviço?”
O apagão teve alguma coisa que ver com as renováveis?
Não, nada. A única coisa que se sabe é que há uma queda abrupta da frequência que faz com que se desligue um conjunto de centros geradores, mas não há qualquer nexo de causalidade direto. Dizer que o apagão tem qualquer responsabilidade por parte das renováveis é falso.