Rita F., 41 anos, estava em liberdade condicional, quando foi apanhada a roubar novamente. Com dois anos e 11 meses por cumprir, de uma pena de nove anos pelos crimes de furto, ofensa à integridade física qualificada e falsificação de documentos, regressaria ao Estabelecimento Prisional de Tires, no município de Cascais, mas passados apenas três dias já era avistada a deambular nas proximidades de São Domingos de Rana, onde costumava viver com a mãe e a irmã gémea. Para a fuga, serviu-se apenas de uma simples… cadeira. Aproveitando uma ida ao pátio, logo pela manhãzinha, Rita F. não desperdiçou o momento em que apenas uma guarda prisional vigiava cerca de uma centena de reclusas: subiu à cadeira, saltou um muro com cerca de três metros (e com uma rede) e depois saiu, sem ser notada, nem acelerar muito, para o exterior, através de um portão deixado aberto devido às obras que decorriam naquela prisão. Durante 11 dias, andou a monte, até que foi novamente apanhada a roubar, desta vez num supermercado em Carcavelos. A PSP devolveu-a à sua cela, em Tires, onde ainda dorme.
O caso não é virgem. Na altura, o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Frederico Morais, já alertava para o facto desta fuga mostrar a “fragilidade da segurança” das prisões portuguesas, com poucos guardas prisionais e recursos inadequados. Hoje, repete que “isto [as fugas]” é algo que “tem acontecido constantemente ao longo do último ano”.