O mês de agosto está a ser crítico para quem se convenceu de que a Food and Drug Administration (FDA) aprovaria o uso terapêutico da midomafetamina, ou MDMA. Os ensaios clínicos com a substância psicadélica, informalmente designada por ecstasy, têm vindo a demonstrar a sua eficácia na redução de sintomas da perturbação de stresse pós-traumático (PSPT), reforçando as pretensões da Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos (MAPS): ter um tratamento inovador destinado a pacientes que não apresentam resultados satisfatórios com os fármacos convencionais.
A droga psicoativa induz a libertação de monoaminas (serotonina, norepinefrina e dopamina) e hormonas (ocitocina e cortisol), contribuindo para baixar a atividade da amígdala e da ínsula, regiões do cérebro implicadas no medo e na ansiedade, facilitando ainda o reprocessamento de memórias traumáticas e a adesão dos pacientes à terapia. Com os resultados da terapia assistida por MDMA a irem mais longe do que os obtidos com os antidepressivos prescritos para a PSPT (paroxetina e sertralina), a FDA considerou o modelo promissor e aprovou os ensaios da fase 3.