Novos mercados, mais viagens, experiências únicas e de luxo são estas as tendências do turismo segundo um novo estudo elaborado pela McKinsey & Company, aliadas à necessidade de adaptação dos destinos turísticos às expectativas dos turistas. Através de um inquérito, administrado a cerca de cinco mil pessoas, o The state of tourism and hospitality 2024 analisou e identificou as cinco principais tendências do setor turístico e hoteleiro em 2024, realçando, sobretudo, que “viajar nunca esteve tão em voga”, pode ler-se através de um comunicado.
O novo estudo revelou que as viagens têm vindo a adquirir um cariz prioritário para os consumidores, com cerca de 66% dos inquiridos a referir que estão “mais interessados em viajar agora do que antes da Covid-19”. Uma tendência que se verifica em todas as faixas etárias, especialmente nos mais jovens. “A recuperação do turismo chegou com muita força, e à medida que viajantes de um maior número de mercados de origem se aventuram a explorar novas fronteiras e experiências únicas, criam-se novas oportunidades para as empresas do setor e para os destinos captarem novos ‘consumidores’ e adaptarem as suas estratégias a um panorama em constante mudança”, referiu Javier Caballero, representante da McKinsey & Company, na mesma nota.
Apesar de destinos como os Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, China e França permanecerem no Top de países com maior fluxo turístico do mundo – ao reunir 38% do gasto em turismo a nível global – tem existido um crescimento de novos mercados, sobretudo em regiões como a Europa de Leste e Sudeste Asiático – como Laos e Malásia.
Com base numa previsão realizada pela Organização de Turismo Mundial – que prevê que até 2030 o número de turistas suba para os 1 800 milhões – o relatório da McKinsey refere ainda que o futuro deste setor passa cada vez mais pela formação de trabalhadores, aplicação de tecnologia de forma a melhor gerir o fluxo turístico, preservação do património cultural e natural e outras áreas de ação fundamental. “Quer seja a investir em infraestrutura, a criar ofertas atrativas para os mercados emergentes, ou a promover destinos menos conhecidos com motivos de interesse únicos, a flexibilidade e a inovação serão chave para prosperar nesta nova era do turismo global”, refere o representante da McKinsey.
O turismo de experiências e de luxo
O turismo de experiências tem, nos últimos anos, ganho um novo destaque devido ao aumento da procura por “experiências diferenciadoras” por parte dos consumidores. “Esta tendência é mais relevante quanto mais jovem é o turista”, refere o estudo. Segundo o inquérito, à pergunta “estão disponíveis para um capricho” em experiências quando viajam, cerca de 52% dos inquiridos parte da Geração Z – pessoas nascidas entre 1995 e 2010 – responderam afirmativamente. Já 47% de “Millennials” – nascidos entre 1982 e 1994 – admitiram procurar estas experiências, e apenas 29% de “Baby Boomers” – nascidos entre 1945 e 1964 – se mostraram disponíveis para estes gastos.
Já o turismo de luxo, que tem redefinido o seu target, tem crescido nos últimos anos, sobretudo na Ásia – o seu principal mercado emissor. “Os viajantes de luxo não formam um grupo homogéneo, e muitos dos mitos tradicionais estão a mudar. A segmentação por idade, nacionalidade e património líquido revelam preferências em constante evolução. Muitos turistas ‘de luxo’ não são milionários, e a maioria tem menos de 60 anos”, explicou Caballero.
Segundo o inquérito, os turistas de luxo procuram experiências que se adaptem aos seus interesses individuais – que incluam experiências culturais autênticas e uma maior ligação com os destinos que visitam – com 78% destes viajantes dispostos a pagar mais por experiências “diferenciadoras, personalizadas e exclusivas”. “As empresas de turismo centradas neste segmento devem melhorar as plataformas digitais e as aplicações móveis para oferecer uma experiência sem interrupções e personalizada. Isto inclui o uso de inteligência artificial para personalizar as recomendações e serviços, assim como implementar práticas sustentáveis que reduzam o impacto ambiental das viagens”, concluiu.