João Galamba, ex-ministro das Infraestruturas, já foi ouvido no processo que investiga alegadas agressões e acesso indevido de documentos classificados por Frederico Pinheiro, o seu antigo assessor. Segundo informações recolhidas pela VISÃO, o antigo governante depôs na qualidade de testemunha, o que indicia que não será suspeito de qualquer crime.
Esta semana, a Polícia Judiciária efetuou buscas domiciliárias a Frederico Pinheiro, depois de as perícias efetuadas ao seu computador, entregue a um elemento do Serviço de Informações e Segurança (SIS), terem revelado a realização de cópias de documentos classificados. As análises forenses ao telemóvel do antigo assessor de João Galamba também terão revelado que o conteúdo do aparelho, antes de ser entregue na comissão de inquérito, foi apagado.
Constituído arguido pelo crime de acesso indevido a documentos classificados, Frederico Pinheiro recorreu à rede social “Linkedin” para referir que as últimas notícias têm como origem “informações deturpadas, descontextualizadas e falsas”. “Até se inventam supostos documentos secretos na minha posse que nem existem. Basta ver que a localização do aeroporto foi decidida pela Comissão Técnica Independente muito depois de eu sair do Governo, mas há várias notícias a referirem que eu tenho esse documento. Basta consultar um calendário”, acrescentou. Porém, a investigação suspeita que, em maio de 2023, quando foi ouvido na comissão parlamentar de inquérito à TAP, Frederico Pinheiro ainda mantinha na sua posse vários documentos classificados.
João Galamba, por sua vez, no espaço de comentário semanal na CNN, considerou que a investigação deveria seguir o rasto dos documentos retirados do ministério das Infraestruturas pelo seu antigo adjunto até chegar a um eventual destinatário: “Se nos crimes económicos se deve seguir o dinheiro, espero que nos crimes de informação se siga o destino da informação”.
O antigo ministro não perdeu a oportunidade para criticar a falta de “serenidade” de alguns “comentadores”, de camarada socialistas, como Alexandra Leitão, e do próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa: “Assisti, um pouco incrédulo, a um discurso generalizado que me desqualificou enquanto ministro. Este discurso foi transversal à maioria dos comentadores, incluindo o Presidente da República e, mais custoso para mim, alguns colegas de partido que hoje ocupam lugares de destaque, como a atual líder parlamentar do PS”.