“Vamos lá?” Na consola, o cirurgião controla a lente e os instrumentos. Com uma visão tridimensional do campo cirúrgico, avalia e age quase como se estivesse dentro do corpo. Os movimentos das suas mãos traduzidos em impulsos são transmitidos às pinças dos braços robóticos, que executam as ordens do médico através de pequenos orifícios introduzidos na barriga do doente. Kris Maes, coordenador do Centro de Cirurgia Robótica e Minimamente Invasiva do Hospital da Luz, em Lisboa, e pioneiro da cirurgia robótica mundial, prepara-se para fazer uma prostatectomia (remoção da próstata), através de cirurgia robótica, num paciente de 68 anos com um tumor de 11 milímetros.
“Como se trata de um tumor de alto risco, e apesar de os exames terem mostrado que não metastizou, temos de tirar a próstata e os gânglios linfáticos”, explica. Uma intervenção muito frequente, mas sempre única, delicada e complexa.