As plataformas sindicais da PSP e GNR fazem um balanço “positivo” da reunião, que decorreu, na manhã desta sexta-feira, com todos os partidos políticos com representação parlamentar (e que também contou com o CDS-PP). No encontro, que teve lugar num hotel, no Parque das Nações, em Lisboa, os polícias “abordaram vários problemas que existem na PSP e GNR”, incluindo a necessidade do pagamento de melhores salários e o aumento do subsídio de missão, tema que tem motivado a escalada de protestos no setor, desde o início do ano.
“Os partidos foram unânimes em considerar que os polícias têm razão nos protestos pelos subsídios de missão”, disse, à VISÃO, no final do encontro, Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP).
Na reunião estiveram presentes nomes como os de Isabel Moreira (PS), Teresa Morais (PSD), Pedro Pinto (Chega) ou António Filipe (PCP). “Foi importante porque permitiu aos sindicatos clarificar que é preciso que os partidos façam mais, do que até aqui, para resolver os problemas dos polícias”, afirmou Paula Santos.
Recorde-se que a revolta na polícia escalou, em dezembro passado, após a aprovação, pelo Governo, do pagamento de um suplemento de missão, no valor de cerca de 700 euros, aos inspetores da Polícia Judiciária (PJ). Os sindicatos da PSP e da GNR dizem que estas forças de segurança estão a ser “desconsideradas pelo Governo” e afirmam que a decisão foi a “machadada final”.
Os protestos começaram no início deste mês, quando Pedro Costa, de 32 anos, agente da Divisão de Segurança Aeroportuária da PSP, resolveu iniciar uma vigília solitária às portas da Assembleia da República. Polícia há cinco anos, Pedro Costa tem permanecido naquele local, insistindo que a ação de protesto decorre “24 horas [por dia], sem data ou hora para terminar”. Dorme numa carrinha estacionada em São Bento.
Centenas de polícias têm passado, diariamente, pelo local, para prestarem apoio ao colega, juntando-se (silenciosamente) à ação. Nas últimas duas semanas, grupos de polícias têm marcado presença nas bancadas de eventos desportivos, um pouco por todo o país, onde se têm feito notar entoando o hino nacional.
Na quarta-feira, a plataforma sindical organizou uma manifestação de polícias, que classificou como “histórica”. Os sindicatos garantem que terão participado 15 mil pessoas. Centenas acabariam por pernoitar frente ao Parlamento.