A investigação da morte no festival Burning Man, no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, ainda está a decorrer no Gabinete do Xerife do Condado de Pershing, mas a organização do festival informou que a morte do homem, de 40 anos, cuja identidade não foi revelada, não foi “relacionada com as condições meteorológicas”.
Os serviços de emergência responderam a uma chamada relativa a um homem de 40 anos na sexta-feira, que, segundo a organização, não foi possível reanimar.
“A família foi notificada e a morte está sob investigação”, informou o gabinete do xerife do condado de Pershing, citado pela agência de notícias Reuters, recusando-se a adiantar mais informações.
Condições metereológicas impediram “Burners” de sair do festival
Em apenas 24 horas choveu o equivalente a dois a três meses na zona remota do Black Rock Desert, até 2 centímetros em apenas 24 horas entre sexta-feira e sábado de manhã, o que criou no solo árido do deserto uma camada de lama espessa, que dificultou as deslocações dos “Burners”, como são conhecidos os festivaleiros do Burning Man.
“Um pouco mais de 70.000 pessoas” estiveram presas no local do festival durante o fim de semana, disse Nathan Carmichael, sargento do Gabinete do Xerife do Condado de Pershing, citado pela CNN.
No domingo de manhã, os organizadores do evento confirmaram que as estradas de acesso ainda se encontravam fechadas por se encontrarem “demasiado húmidas e lamacentas”.
Alguns veículos conseguiram sair enquanto outros ficaram presos na lama, informaram os organizadores no site do evento.
“Por favor, NÃO conduza neste momento”, acrescentaram. “Iremos atualizá-lo sobre a proibição de conduzir depois de esta frente meteorológica ter deixado a área.”
O DJ norte-americano Diplo publicou um vídeo no Instagram no sábado onde refere que ele e o comediante Chris Rock conseguiram boleia para a cidade mais próxima na carrinha de caixa aberta de um fã. De acordo com o DJ, caminharam 8km pela lama antes conseguirem a boleia.
“Acabámos de caminhar 8 quilómetros na lama para sair do Burning Man com Chris Rock e um fã apanhou-nos”
Os “Burners” estão a preparar-se para poderem abandonar o local inundado e de acordo com uma atualização dos organizadores, o “Exodus”, nome atribuído à coordenação dos participantes que saem do festival numa única estrada de duas faixas, deverá ser retomado ainda hoje.
“Abriremos para o Exodus na segunda-feira de manhã, 4/9. Informaremos a comunidade assim que tomarmos a decisão até às 9 horas”, lê-se no comunicado.
O que é o Burning Man?
O festival é uma “metrópole temporária dedicada à comunidade, à arte, à auto-expressão e à autossuficiência”.
O evento culminante do festival é a queima de uma grande estrutura de madeira “The Man” (o homem, em português) na penúltima noite, “tradição” que dá nome ao festival.
Os “Burners” deslocam-se até ao festival em grupos e formam “acampamentos” temáticos, onde integram a filosofia da “economia da dádiva” do festival, que se baseia no fornecimento de bens ou serviços sem esperar receber nada em troca.
Este evento que celebra a autossuficiência radical realiza-se desde 1986, um bilhete normal este ano custava cerca de 532 euros. No entanto, o canal de notícias norte-americano CNBC noticiou que a experiência poderia custar cerca de 1.390 euros com todas as despesas incluídas.