Enquanto comandante que não cumpriu uma ordem há 49 anos, como lê os acontecimentos no NRP Mondego? Para o chefe do Estado-Maior da Armada e para a ministra da Defesa, estava em causa um gesto de insubordinação de 13 marinheiros.
É difícil pronunciar-me, porque não foram postas a claro – pelo menos, como deveriam ter sido e não daquela maneira – as condições que levaram os marinheiros a recusarem-se a sair. O que aconteceu no NRP Mondego foi um atropelo brutal da condição militar, pela publicidade que se fez. A condição militar exige não só o conhecimento mas também a prática de uma série de valores. Nenhum desses valores se define por uma lei. A obediência cumpre-se. A disciplina pratica-se. A coesão constrói-se. A lealdade desenvolve-se. Como? Se somos uma estrutura hierarquizada, então estes valores resultam de um valor superior, que se chama exemplo.