Mesmo antes de entrar para o autocarro que a levará ao centro de dia da Santa Casa da Misericórdia, em Lisboa, Maria Alexandre, 82 anos, sente aquele nervosinho do primeiro dia numa escola nova. A essas comichões na barriga junta-se o entusiasmo de quem vê uma solução para a tristeza a aproximar-se, assim que descer na paragem certa e entrar na instituição.
Os dias cinzentos, passados entre as quatro paredes do seu quarto, a alimentar-se mal e a desoras, estão prestes a acabar. Pelo menos, foi esta a solução que a assistente social Andreia Coelho encontrou, na sequência das queixas consistentes com o princípio de uma depressão.