“Por que razão emigrei? Eu vim por causa dela.” E os olhos de Taukir, 39 anos, viram-se na direção da filha, de 9. “É uma cabeça!” A miúda encolhe-se com vergonha. “A professora também o diz, não sou só eu.” A miúda sorri. “É uma grande mente e eu quero dar-lhe a possibilidade de ter uma educação.” F. olha para o pai.
Amor, orgulho, admiração – são grandes palavras que pairam por ali, nas escadas da Igreja dos Anjos, em Lisboa, onde nos sentamos na noite de segunda-feira, 13, com o casal Taukir e Naznin, mais a filha de ambos, que um dia quer ser cientista e revolucionar o mundo a partir de um tubo de ensaio, mas por agora é uma menina que viveu um episódio muito traumático.