Manuel Lourenço Gomes residia em Verim, região de Ourense (Espanha), a menos de 20 quilómetros da fronteira portuguesa, quando, a 31 de maio de 2022, viajou até ao distrito de Vila Real para se encontrar com Gaspar Marques, um familiar de quem sempre foi próximo. Natural do Sabugal, Guarda, Manuel Lourenço Gomes, 45 anos – faz 46 nesta sexta-feira, dia 20 –, não desconfiava de que o homem que se habituara a chamar “primo” era vigiado, a par e passo, há quase dois anos, pelas autoridades portuguesas, no âmbito de um inquérito por posse e tráfico de droga.
Ao final da tarde desse dia, pelas 19h10, seria surpreendido por uma patrulha da GNR de Torre de Moncorvo, que lhe deu ordem para encostar na berma, quando seguia junto à localidade de Barracão, Valpaços, ao volante da sua carrinha de transporte de mercadorias. Nas averiguações seguintes, os dois militares presentes no local acabaram por encontrar, no porta-luvas da viatura, um pó suspeito, envolvido em papel de alumínio. Manuel Lourenço Gomes argumentou prontamente ser “diabético” e que o produto encontrado era “apenas açúcar”, reservado “para alguma emergência”, mas a explicação não convenceu os GNR, que quiseram saber mais.