A palavra do ano não é uma palavra, é uma expressão. E resulta da votação do público, pela primeira vez, a partir de três pré-selecionadas pela Oxford. Pense no seu quarto: há roupa espalhada? Há restos de comida ou pratos sujos? Deixou de cuidar de si? Já está tão cansado que já não lhe incomoda confusão? Então pode estar em “modo goblin”, a vencedora expressão de 2022.
O “mood goblin” – em inglês – é uma gíria que descreve “um tipo de comportamento que é assumidamente preguiçoso ou desleixado, típico daquele que rejeita as normas ou expectativas sociais”, lê-se no comunicado da Oxford University Press (OUP). Estas características podem ter sido adquiridas por causa da pandemia, que mudou a forma como vivemos durante dois anos.
À votação do público estavam, além da vencedora, a palavra “metaverso” e a hashtag “#IStandWith”. O “modo Goblin” triunfou com 318.956 votos – 93% do total. “Metaverso” ficou em segundo lugar e “#IStandWith” em terceiro.
“Dado o ano que acabamos de vivenciar, o ‘modo Goblin’ ressoa em todos nós, que nos estamos a sentir um pouco assoberbados neste momento. É um alívio reconhecer que nem sempre somos a versão idealizada de nós próprios que somos encorajados a apresentar nos nossos feeds do Instagram e do TikTok ”, disse Casper Grathwohl, presidente da Oxford Languages da OUP, em comunicado à imprensa esta segunda-feira.
A Palavra do Ano de Oxford é uma palavra ou expressão que reflete a essência, o humor ou as preocupações dos últimos doze meses. Nas últimas duas semanas mais de 300 mil pessoas votaram nas palavras que mais estiveram presentes neste ano.
A expressão “modo goblin”
O termo foi usado pela primeira vez em 2009, mas tornou-se viral nas redes sociais no início deste ano: andou a circular uma manchete falsa que afirmava que o rapper Kanye West e Julia Fox se tinham separado por ela ter “entrado no modo goblin”.
“O termo ganhou popularidade nos meses seguintes, à medida que as restrições de confinamento da Covid diminuíram em muitos países e as pessoas voltavam a arriscar viver fora das suas casas com mais regularidade”, explicou Grathwohl. “Aparentemente, capturou-se o humor predominante dos indivíduos que rejeitaram a ideia de voltar à ‘vida normal’ ou dos que se revoltaram contra os padrões estéticos cada vez mais inatingíveis e os estilos de vida insustentáveis exibidos nas redes sociais.”