As moscas domésticas representam um risco mais elevado para a nossa saúde do que se pensa. É este o alerta dos cientistas da Universidade de Massachusetts Amherst, EUA, que desenvolveram uma investigação centrada na forma como as moscas transmitem patogénicos e doenças aos humanos.
A investigação, publicada na revista Insects, sugere que estes insetos são portadores de agentes patogénicos que, por sua vez, são transmitidos ao ser humano através do “vómito da mosca”. “Devemos prestar atenção às [moscas] que vivem entre nós, porque obtêm os seus nutrientes a partir de pessoas e animais que espalham patogénicos nas lágrimas, fezes e feridas”, explicam os autores do estudo.
As moscas domésticas são conhecidas pelos “maus hábitos de higiene”, alimentado-se de fezes, lixo e resíduos. De cada vez que se alimentam, enchem o órgão destinado ao armazenamento do que consomem, ” como um tanque de combustível, um lugar para armazenar comida antes de chegar ao aparelho digestivo, onde será transformado em energia para a mosca”.
Como se trata apenas de um lugar de armazenamento (e não de digestão), ali existem muito poucas enzimas digestivas (que servem para neutralizar os agentes patogénicos). Ora, sem estas enzimas, este torna-se num local para também armazenar patogénicos produtores de doenças.
Na hora de se alimentarem novamente, as moscas vão-se livrando do excesso de água, regurgitando o que sobrou da anterior colheita. E como não é difícil de adivinhar, este vómito – com grande probabilidade de estar carregado de agentes patogénicos – pode ir parar diretamente aos alimentos que nos preparamos consumir (até porque estes insetos gostam de pousar em comida).
“São as pequenas coisas que causam os problemas. A nossa saúde depende da atenção que damos às moscas que vivem connosco”, concluem os cientistas.