A 19 de agosto de 1941, uma força naval de três contratorpedeiros, dois cruzadores e um navio de passageiros, convertido para fins militares, o Empress of Canada, partiram da base da Royal Navy (Marinha Real Britânica) de Scapa Flow com destino à pequena ilha norueguesa de Spitsbergen, para cumprir a operação Gauntlet: controlar a ilha antes que os alemães o fizessem e tornar mais segura a rota para os portos soviéticos de Murmansk e Arkhangelsk. Esta foi uma das mais ignoradas (e, de facto, pouco importantes) operações da II Guerra Mundial, mas marca a primeira missão das tropas canadianas em cenário de guerra, em muitos anos, depois de três pilotos canadianos terem participado na Batalha da Grã-Bretanha, decorrida um ano antes. E isto no continente europeu, a lutar por Inglaterra.
Hoje, o rei de Inglaterra permanece como chefe de Estado de “apenas” 14 países soberanos, incluindo o Reino Unido, que engloba, além da Inglaterra, a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte, entre os 54 que fazem parte de uma assim designada comunidade de nações – Commonwealth de Nações (ver infografia). Essa chefia simbólica de Estados remotos teve expressão concreta nas duas guerras mundiais, com contingentes sul-africanos (na primeira), australianos, neozelandeses e australianos, entre outros. Para estes países, pertencer a uma comunidade anglófila, chefiada por um monarca residente em Londres, tinha consequências diretas no pagamento, em sangue, de muitos filhos de famílias “não inglesas”. Se fosse hoje, porém, é muito pouco provável que qualquer deles embarcasse numa guerra na Europa. Durante a invasão do Iraque, em 2003, em que se empenharam forças britânicas de muito relevo, apenas a Austrália disse presente.