Há uma pergunta recorrente quando alguém diz que vai estudar para o campus da Nova School of Business & Economics (Nova SBE), em Carcavelos: “Então, e já reservaste um cacifo para a tua prancha de surf?”.
Foi quase isso que Alex Chitu, alemão com origens na Roménia, ouviu dos seus amigos, em Hamburgo. “Quiseram saber se era desta que eu ia aprender a fazer surf”, conta, com o mesmo sorriso aberto que lhe vimos ao cumprimentar alguns dos seus novos colegas alemães que juntámos para a fotografia de grupo com que abrimos este artigo. “Foi a primeira coisa que me perguntaram, e eu vou definitivamente experimentar”, ri-se.
“Ah, eu também vou experimentar fazer surf!”, acha graça Oliver Noritz, igualmente de Hamburgo. Depois da coincidência de virem da mesma cidade, coisa que descobriram já em Carcavelos, parece ser com algum alívio que concluem serem ambos neófitos no desporto que tanta gente associa à Nova SBE.
Afinal, não foi por causa da existência de cacifos para guardar pranchas de surf que estes dois alemães se candidataram a fazer um mestrado a dois passos do mar. A tal pergunta recorrente é habitualmente colocada em jeito de piada, já se sabe. Há muito mais razões – e mais relevantes – para alguém querer estudar neste campus.
Aos 24 anos, Alex não sonha baixinho. “Quero ter o melhor momento da minha vida”, responde sem hesitar quando lhe perguntamos qual foi o principal objetivo que o levou a inscrever-se no Mestrado Internacional em Finanças em Portugal. Percebe-se. Licenciou-se sempre a trabalhar ao mesmo tempo, agora que tem a oportunidade de apenas estudar quer aproveitar para também se divertir.
“Já passei férias em Lisboa e no Porto, e sei que em Lisboa vou poder divertir-me mesmo. Mas claro que tudo começou porque queria ir para o estrangeiro, a Nova SBE está bem posicionada nos rankings e este mestrado é muito reconhecido em diferentes países.”
Foram também os rankings que atraíram Oliver, de licenciatura acabada de fazer a tempo inteiro e 22 anos cheios de vontade “de aprender muito” num mestrado de Finanças, começa por dizer. “Esta universidade tem vindo a melhorar sempre, acredito que vou aqui passar dois anos fantásticos”, acrescenta, já a despedir-se porque não quer perder o tour de “exploração” do campus com que arrancou a Discovery Week, a semana de acolhimento dos estudantes de mestrado de 2022/23 que marca o início do ano letivo.
ASSIM SE VÊ A FORÇA DOS RANKINGS
Em maio, a Nova SBE surgiu destacada em mais um ranking, dessa vez no Executive Education 2022 do jornal britânico Financial Times como a melhor escola portuguesa na formação de executivos e como a 22.ª mais bem posicionada a nível mundial. Em junho, o seu Mestrado Internacional em Finanças subiu três posições no ranking mundial e quatro posições no ranking europeu. Ficou na 11.ª posição mundial, dentro do grupo a que o FT chama “o grupo de elite” destas instituições; em termos europeus, subiu para a 9.ª posição.
A fama não é de hoje. Nos últimos três anos, passaram pelo campus de Carcavelos cerca de 17 mil alunos de cem nacionalidades.
As boas posições desta escola nos rankings justificam-se com mais uns números. Três meses após a conclusão dos mestrados de Finanças e Gestão, 98,5% e 95,7% dos estudantes destas duas áreas têm emprego. E, logo nos primeiros três anos, têm um aumento salarial de 42% na área das Finanças e de 62% em Gestão.
Não admira, por isso, que para este ano letivo a escola tenha recebido 3 165 candidaturas para os seus mestrados de Análise de Negócio, Desenvolvimento Internacional & Políticas Públicas, Economia, Empreendedorismo de Impacto & Inovação, Finanças e Gestão. Entraram 1 682 alunos, sendo que 1 115 (ou seja, mais de 60%) são provenientes de outros países, com os alemães à cabeça (625), seguidos dos italianos (187) e ainda belgas, austríacos, franceses, suíços, brasileiros, chineses, indianos e americanos.
Uma pequena multidão de jovens que durante toda esta semana vão explorar a escola, a comunidade e o seu propósito, através de palestras e sessões práticas. E que, nos últimos dois dias, irão ter um lugar privilegiado na plateia das Conferências do Estoril – uma novidade que Daniel Traça, o Dean (diretor) da Nova SBE destaca.
“Este ano, a grande novidade é termos feito a conexão da chegada dos alunos com as Conferências do Estoril, para impactar os jovens. Estamos sempre a falar de impacto, impacto, impacto – mas o problema é saber como se faz”, nota. “E a minha esperança é a de que as pessoas que vão apresentar as palestras inspirem esta geração, que lhes deem as capacidades de como fazê-lo.”
“Tem muito que ver com a capacidade de motivar esta geração que está um pouco perdida”, diz ainda Daniel Traça, que este ano termina o seu mandato. “Gosto do que se constrói pelo exemplo – uma vida com sentido, e termos um propósito forte que nos anima todos os dias. Aqui vamos criar um ambiente para que estes dois anos sejam para conseguir isso. Queria que os alunos saíssem daqui com a confiança e a ambição de liderar na Europa. É preciso pensar em grande.”
AULAS DE MINDFULNESS E ESTRATÉGIA
Um outro tipo de discurso, mas a mesma atitude positiva tem Ricardo Zózimo, professor de Empreendedorismo e Sustentabilidade (“Uma combinação rara, mas muito moderna”), concluímos ao ouvi-lo dizer: “Todos estes miúdos têm de deixar uma marca no mundo.”
“Porque eles de volta para o mundo”, nota. “Sei porque também estive dezasseis anos fora – após a licenciatura em Portugal, fiz o mestrado na Irlanda e o doutoramento em Inglaterra, com passagens por Moçambique e pela Espanha. Regressei há três anos para abrir este campus.”
Não é por acaso que a primeira aula de Sustentabilidade de Ricardo Zózimo, marcada para o segundo semestre, começa “lá em baixo”, no mar. “Não é só chegar lá e dizer ‘Ai que bonito’. É por exemplo lembrar que, se o nível da água subir dois metros, vamos ficar submersos.”
Essa é uma das “coisas incríveis” que destaca ao fim de três anos neste campus. “A responsabilidade do local (em cima da água), porque temos de estar conscientes do mundo, e também o facto de não termos grades, o que permite que as pessoas do bairro aqui venham passear.”
Logo a seguir, Ricardo Zózimo destaca “a riqueza” que é ter tantos alunos e professores estrangeiros. “No meu corredor da faculty”, exemplifica, “temos um italiano que estava em Inglaterra, uma turca, uma russa, uma grega e uma vietnamita que está casada com um canadiano que joga básquete comigo. E isto muda tudo, porque estas pessoas trazem uma riqueza imensa.”
A terceira coisa incrível, diz, é a inovação pedagógica. “Fazemos muitos projetos com a comunidade, e a minha colega Constança Casquinho, por exemplo, é professora de Mindfulness e Estratégia. Os alunos aqui não se sentam e ouvem ‘Agora, vamos aprender…’. Morriam!”