Os gémeos brasileiros Bernardo e Arthur, de três anos de idade, estavam ligados um ao outro pelo cérebro e partilhavam veias vitais. Sob a direção do cirurgião pediátrico britânico Noor ul Owase Jeelani, foram os protagonistas de um dos processos mais complexos já concluídos dentro desta área.
De acordo com a Gemini Untwined, a principal instituição de solidariedade do mundo dedicada à investigação e tratamento de gémeos craniópagos em todo o mundo, antes de iniciarem os procedimentos reais, os cirurgiões do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer passaram meses a testar técnicas em ambiente de realidade virtual.
Os procedimentos envolveram cerca de cem equipas médicas, sete cirurgias distintas e mais de 33 horas de operações. Os irmãos com quase quatro anos de idade tornaram-se, assim, os gémeos craniópagos mais velhos, ou seja, com uma cabeça fundida a serem separados com sucesso.
O líder da equipa, Jeelani, descreveu como uma “realização notável” o trabalho realizado entre a equipa médica do Brasil e a Gemini Untwined do Reino Unido, que financiou o processo.
Os gémeos seguem, agora, para seis meses de reabilitação no hospital e ver-se-ão cara-a-cara pela primeira vez.