Rússia, 1924. Numa entrada no seu diário, o escritor Mikhaíl Bulgákov escreveu: “Pessoas nuas, a usarem pulseiras onde se lia ‘Abaixo a vergonha’, surgiram recentemente em Moscovo. Um grupo foi visto a entrar num elétrico. O elétrico parou, o público estava indignado.”
Viriam elas da praia de nudismo que existia nas margens do rio Moscovo, perto da Catedral de Cristo Salvador? O autor de O Mestre e Margarita não especifica, mas com certeza faziam parte do movimento justamente chamado Abaixo a Vergonha que, por essa altura, organizava marchas e reuniões em que se advogava “Não precisamos de roupas, somos filhos do Sol e do ar”.