Uma organização local americana e curda libertou seis ursos pardos da Síria na região montanhosa de Dohuk, no Curdistão iraquiano, junto à fronteira com a Síria e a Turquia. As jaulas individuais abriram-se e os animais saíram, mas, confusos, em vez de correrem em direção às montanhas, atacaram o grupo de locais, ativistas e jornalistas que se juntou para assistir à libertação, provocando o caos antes de partirem rumo às montanhas. A agência Reuters registou as imagens em fotografias e em vídeo.
De acordo com Bland Brifkani, que está à frente da organização, estes ursos foram resgatados de casas onde eram mantidos presos como uma espécie de animal de estimação. O responsável justifica que, no momento da libertação, os animais ter-se-ão assustado com a proximidade de dezenas de pessoas e seguiram os seus instintos.
À Reuters, o veterinário Suleiman Saeed mostrou-se contra a abordagem de libertar os animais pouco depois do resgate, defendendo que os ursos deviam ser avaliados durante seis meses antes de serem devolvidos à vida selvagem. Muitas vezes, argumenta, os animais não estão preparados para regressarem ao seu habitat natural.
Por norma, estes animais selvagens são importados por famílias ricas, que os mantêm em cativeiro nas suas casas. Segundo Saeed, trata-se de uma prática cada vez mais comum, especialmente no sul do Iraque.
Os ursos pardos da Síria são uma espécie em risco de extinção no Iraque, por causa da caça ilegal, da guerra e da falta de medidas para proteger a vida selvagem, acrescenta o veterinário.