Um novo estudo britânico revela que, há mais de 200 milhões de anos, um evento de extinção em massa originado por uma mudança repentina no clima modificou a vida na Terra e deu início à era dos dinossauros.
Cientistas das universidades de Bristol e de Leeds, no Reino Unido, conduziram um estudo no qual analisaram as evidências geológicas e os registos fósseis no oeste do Canadá. As conclusões demonstram que as erupções vulcânicas que contribuíram para a formação da região conduziram a uma alteração drástica no clima da época.
Essas alterações profundas no clima levaram ao Evento Pluvial Carnian, o nome dado à extinção em massa caraterizada pela renovação dos ecossistemas que ocorreu no início do período geológico Triásico, há cerca de 230 milhões de anos. Apesar de, nesse período, se ter assistido ao desaparecimento de uma parte significativa da vida animal, ele foi importante para preparar o meio envolvente de modo a que os dinossauros pudessem afirmar-se. Foi nesta altura que, também, alguns dos primeiros mamíferos, crocodilos e tartarugas se começaram a expandir.
Os resultados do estudo, as reações geoquímicas da época revelam, ainda, que as erupções vulcânicas que ocorreram nesse tempo libertaram grandes quantidades de gases de efeito de estufa para a atmosfera. Isto contribuiu, naturalmente, para um aumento significativo do aquecimento global ao longo dos tempos.
Relativamente ao aparecimento dos dinossauros, eles já existiam há cerca de 20 milhões de anos antes, mas eram muito raros. Apesar de o estudo não conseguir explicar as razões da sobrevivência dos animais após a extrema crise climática, os registos fósseis demonstram que muitas espécies se expandiram por novos territórios. É o caso do Plateosaurus, um dinossauro herbívoro de grandes dimensões, que alcançou as atuais regiões da Alemanha, América do Sul e África do Sul.
Mas não foi apenas a vida terrestre que sofreu com os efeitos das alterações climáticas. Há 233 milhões de anos, cerca de um terço da vida marinha desapareceu e foi substituída por recifes de corais que hoje se podem observar nos oceanos, bem como novos grupos de plâncton que foram surgindo à medida que a vida na Terra se ia adaptando às novas condições.