A famosa aplicação TikTok promete divertir-nos durante muito tempo, mas também pode ser cruel. Lizzie Velásquez, ativista que defende dos direitos de pessoas com deficiência, foi uma das vítimas do FaceTime Prank e pede para as pessoas parem, em nome próprio mas também por todas as vítimas desta tendência.
Lizzie é portadora de uma doença muito rara, chamada síndrome de lipodistrofia marfanóide-progeróide, que, entre outros sintomas, impede a acumulação de gordura no corpo, fazendo com que tenha uma aparência diferente.
Na FaceTime Prank, os utilizadores da aplicação utilizam um filtro que simula uma videochamada fingindo que estão a falar com alguém mas na verdade é uma foto “estranha ou engraçada”. A “piada” da tendência é filmar a reação de outra pessoa, a quem se mostra o ecrã, que normalmente ficar muito surpreendida com o que vê.
“Eu sabia que isso ia acontecer”, escreve Velásquez numa publicação do seu Instagram . “Quando vi esta tendência começar, eu sabia que ia chegar aqui. Alguns têm sido fofos e engraçados, mas depois começam a ultrapassar os limites”.
Além de pedir, nas suas redes sociais, que os utilizadores tenham mais consideração por pessoas com doenças, Lizzie destacou um vídeo em que uma mãe filma a reação do filho ao conhecer a nova “professora”, que na verdade era uma fotografia de Lizzie. “Mostrar aos teus filhos a foto de alguém que parece diferente na esperança de que eles tenham uma reação de medo é maldoso”, comenta a americana.
“Já vi esta tendência a ser feita com pessoas com deficiência e já a vi ser feita com bebés com Síndrome de Down. Eles não têm uma plataforma para falar sobre isso, mas eu tenho e sei que tenho um exército de pessoas positivas ao meu lado”, diz. “As pessoas que tu colocas nas fotos ou vídeos são seres humanos! Temos sentimentos e existe algo que trabalhamos todos os dias chamado autoconfiança”.
“Por favor, por favor, não ensine a seus filhos que é engraçado ter medo de alguém que não se parece com eles. Este é o exemplo perfeito de que ensinar bondade e aceitação começa em casa”, pede a ativista. “Apenas sejam gentis uns com os outros. Precisamos disso agora mais do que nunca !!”