No ano passado a população residente em Portugal era de cerca de 10 milhões. Face a 2009, verificou-se um decréscimo significativo nas camadas mais jovens (dos 0-14 anos), com uma diminuição de cerca de 222 mil pessoas. Já entre a população em idade ativa, dos 15 aos 64 anos, a diminuição, rondou as 407 mil pessoas.
Já a população envelhecida aumentou entre 2009 e 2019. Há dez anos, havia 118 idosos por cada 100 jovens. No ano passado, o número de idosos aumentou para 161 em cada 100 jovens. O índice de envelhecimento aumentou, assim, para 44% entre 2009 e 2019.
De acordo com os dados da Pordata, a esperança média de vida à nascença aumentou 2 anos entre 2008 e 2018. Registou-se um aumento ligeiramente maior para os homens (2,1 anos), do que para as mulheres (1,6 anos).
No que concerne ao saldo populacional, é possível analisar dois fatores: o saldo natural, que corresponde à diferença entre o número de nascimento e o número de óbitos, e o saldo migratório, que diz respeito à diferença entre o número de pessoas imigrantes e emigrantes. Quanto ao saldo natural, entre 2009 e 2019, verificou-se um aumento positivo de cerca de 10 mil indivíduos. Também os valores do saldo migratório se apresentam elevados, com um aumento de cerca de 44 mil pessoas.
No ano de 2019, verificou-se um aumento exponencial do número de emigrantes e imigrantes. O número de emigrantes permanentes, ou seja, aqueles que saem do país por mais de um ano, subiu para 11 mil pessoas em relação a 2009. Já o número de imigrantes permanentes, o que permanecem no país por mais de um ano, aumentou para 40 mil em relação há dez anos.
Os dados da Pordata, relacionados com os nascimentos em Portugal, indicam que no ano passado, 57% dos nascimentos ocorreu entre pais não casados. Isto representa um aumento de cerca de 19% face a 2009. Já o número de nascimentos entre pais não casados, mas que se encontravam a viver juntos, aumentou cerca de 8% entre 2009 e 2019. Relativamente aos casais que não viviam juntos, no ano passado verificou-se uma subida de cerca de 11% em relação a 2009. Para além disto, cerca de 17% do total de bebés nascidos no ano passado são de pais que já tinham filhos de relacionamentos anteriores. Estes valores aumentaram cerca de 15% em relação a 2009.
Já no que diz respeito aos casamentos, registou-se uma diminuição de cerca de 7 mil ao longo destes dez anos. Dos casamentos ocorridos no ano passado, 677 foram celebrados entre pessoas do mesmo sexo, o que corresponde a 2% do total de casamentos (cerca de 33 mil). Também os casamentos católicos sofreram uma grande queda entre 2009 e 2019. O número de casamentos católicos celebrados diminuiu cerca de 12%, o que corresponde a cerca de 7.500 cerimónias. Já os casamentos civis, sofreram uma ligeira diminuição entre este período de tempo. Tendo em conta o número de divórcios entre 2008 e 2018, também é possível observar uma diminuição de cerca de 22%.
Também os números nos agregados domésticos sofreram algumas alterações na última década. Entre 2009 e 2019, os agregados domésticos aumentaram para cerca de 240 mil. Aqueles constituídos apenas por uma pessoa aumentou cerca de 35%. No que diz respeito aos agregados de casais sem filhos, os dados apontam para um aumento de 15% face a 2009, enquanto que o número de agregados de casais com filhos diminui cerca de 9%. Já no que diz respeito aos agregados de famílias monoparentais, foi registado um aumento foi de 39%.
A taxa de risco de pobreza em Portugal diminuiu ligeiramente entre 2008 e 2018, analisando todos os grupos etários envolvendo os indivíduos com menos de 18 anos, entre os 18 e os 64 anos e, ainda, aqueles acima de 65 anos. Apesar da diminuição, é possível observar que cerca de 20% dos jovens são considerados pobres.
Relativamente aos índices de escolaridade, segundo os dados da Pordata, no ano passado mais de metade da população, com mais de 15 anos, tinha o ensino básico como nível de escolaridade mais alto. Cerca de 23%, detinha o ensino secundário, 20% o ensino superior e 6% não tinha qualquer tipo de instrução. Comparativamente a 2009, notou-se uma diminuição de cerca de 12% na população com o ensino básico, e aumentou para 8% o número de indivíduos com o ensino secundário e superior. Quanto à taxa de abandono escolar, esta era muito maior há dez anos, época em que cerca de 30% da população entre os 18 e os 24 anos deixou de estudar sem ter completado o ensino secundário. No entanto, ao longo dos últimos anos, observou-se uma diminuição de 20% na taxa de abandono. É possível concluir, ainda, que a população do sexo masculino é aquela onde se verifica uma maior percentagem de abandono que corresponde a 22%, em relação ao sexo feminino de 18%.
Também o número de pensões pagas pela Segurança Social aumentou 3% ao longo da última década, o que corresponde a quase mais de 95 mil pensões atribuídas. Tanto o número de pensões de velhice como as de sobrevivência sofreram um ligeiro aumento. Já o número de pensionistas por invalidez desceu significativamente, de cerca de 297 mil para 187 mil, isto porque, como mostram os dados da Pordata, deu-se a substituição automática das pensões sociais de invalidez pela prestação social para a inclusão, lei em vigor desde 2017.
O número de médicos e enfermeiros inscritos nas respetivas Ordens Profissionais aumentou consideravelmente entre 2008 e 2018. Na Ordem dos Médicos, os valores subiram para quase 54 mil profissionais, enquanto que na Ordem dos Enfermeiros, o aumento foi de cerca de 74 mil. Comparativamente a 2018, o aumento verificado foi de mais de cerca de 15 mil médicos e 17 mil enfermeiros.
Os dados relativos à população empregada por setores revelam que no ano passado, cerca de 70% da população empregada concentrava-se no setor terciário. Ao longo dos últimos dez anos, estes números subiram cerca de 9%. O setor primário, é o que continua a ter menos população empregada, sendo que se verificou uma diminuição de cerca de 6% na última década. Já o setor secundário, verificou uma descida de apenas 2%.
Quanto à evolução da população empregada por profissões, na última década o número de especialistas das atividades intelectuais e científicas duplicou, passando a representar cerca de 19% do total da população empregada. Já os agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, da pesca e da floresta, bem como os trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices, foram os que perderam o maior número de efetivos. No primeiro caso, cerca de 310 mil e, no segundo, cerca de 260 mil. Por sua vez, o número de trabalhadores não qualificados, diminui ligeiramente de 588 mil para 443 mil em 2009 e 2019, respetivamente.
Os números que dizem respeito ao setor do turismo e viagens, aponta para que menos de metade da população residente em Portugal viajou em turismo no ano de 2018. No entanto, é possível observar um aumento em relação a 2008, ano em que menos de 33% da população residente em Portugal fez viagens turísticas. Em 2018, verificou-se um aumento muito pequeno da população residente que viajou para o estrangeiro, enquanto que a população que decidiu viajar dentro de Portugal, teve um incremento mais significativo: cerca de 12%.
Criado pelo Conselho de Governo do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, nos anos 80, o Dia Mundial da População celebra-se a 11 de julho. Tem como objetivo alertar para as questões do planeamento e desenvolvimento populacional, bem como analisar os problemas das populações que não têm acesso a recursos e serviços básicos como saúde, educação, saneamento e alimentação, entre outros.