Um novo estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Bristol, concluiu que os dinossauros desapareceram após a queda de um asteroide na Terra, e não devido às alterações climáticas provocadas pela atividade vulcânica.
Um estudo anterior garantia ter a clara evidência de que a atividade vulcânica foi a principal responsável pela extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos. Até há pouco tempo, os cientistas acreditavam que o que teria acontecido foi que os Basaltos de Decão, uma região de rochas magmáticas localizada na Índia, teriam entrado em erupção e provocado grandes alterações climáticas. Ao estudar a linha do tempo, os especialistas concluíram que as erupções começaram antes do impacto do asteroide Chicxulub, no México. Isto significa que as mudanças climáticas, causadas por essas erupções, podiam ter sido a principal razão da extinção dos dinossauros antes de a colisão ocorrer.
Agora, um novo estudo, veio demonstrar que “apenas o impacto do asteroide, juntamente com as suas consequências a longo prazo, foi o verdadeiro fator da extinção”, como afirma Alessandro Chiarenza, líder da pesquisa, citado pela CNN.
Os ecossistemas Dino
De modo a determinar se foi o asteroide que atingiu a costa do México há milhares de anos, ou se foi a atividade vulcânica a libertar os gases que causaram as mudanças climáticas, o estudo analisou os fatores ambientais que cada espécie de dinossauro precisava para sobreviver. Assim, concluíram que foi a queda do asteroide que destruiu todos os habitats dos animais, enquanto que a atividade vulcânica não provocou quaisquer estragos nas regiões circundantes.
“Em vez de se usar apenas o registo geológico para moldar o efeito climático que o asteroide e a atividade vulcânica poderiam ter causado em todo o mundo”, a abordagem foi mais além e acrescentou-se “uma dimensão ecológica ao estudo para revelar como essas mudanças climáticas afetaram os ecossistemas”, como afirma Alex Farnsworth, paleoclimatologista da Universidade de Bristol, e um dos autores do estudo, citado pela CNN.
As erupções vulcânicas e a preservação dos habitats
Os cientistas acreditam que a maioria dos eventos de extinção em massa que ocorreram na Terra, foram provocados pela atividade vulcânica. Por exemplo, as erupções dos Basaltos de Decão, ocorreram ao longo de milhares de anos, tendo início cerca de 400.000 anos antes da extinção em massa dos dinossauros, e continuou por cerca de 500.000 anos depois. Mas os especialistas consideram que esta não é a causa mais provável da extinção. De facto, a atividade vulcânica até pode ter contribuído para restaurar habitats e ajudar à evolução de novas espécies após a queda de asteroides.
Apesar de os vulcões libertarem gases e partículas que podem bloquear o sol por anos, e originar um ambiente extremamente frio, eles também libertam dióxido de carbono, um gás de efeito de estufa. Com o passar do tempo, essas partículas e gases desaparecem da atmosfera, enquanto que o dióxido de carbono vai-se acumulando nela, aquecendo o planeta e aumentando a sobrevivência e recuperação de animais e plantas que sobreviveram à extinção. No entanto, ao contrário dos mamíferos, isto não foi suficiente para a sobrevivência dos dinossauros que acabaram por não resistir às alterações constantes, conduzindo à sua extinção.