Reabrir escolas para a maioria dos alunos foi opção um pouco por toda o continente europeu, mal começaram a ser levantadas as restrições por causa da pandemia. E, na generalidade, não houve percalços, cumprindo-se as recomendações que a OCDE lançou, num relatório específico sobre a Covid-19. A saber: que as reaberturas previstas se pautassem por uma comunicação transparente e atempada com a comunidade escolar. Como quem diz, “os pais precisam de informação sobre a data de reabertura, calendário para as primeiras semanas, medidas de higiene e segurança e demais serviços de apoio. No documento, lê-se ainda que “a comunicação com as famílias deve ser cuidadosamente gerida para reduzir potenciais confusões e angústia causada pela desinformação.”
Mas, pelo menos por cá, saber como vai ser em setembro é a grande incógnita. Para já, sabe-se apenas que o novo ano letivo deverá começar em meados do mês – entre os dias 14 e 17, segundo aviso já feito pelo Ministério da Educação. E pouco mais, além de que se querem “aulas presenciais para todos os níveis de ensino.”
Os exemplos lá de fora
Dinamarca
A Dinamarca tornou-se o primeiro país da Europa a reabrir escolas, no início de maio. Inicialmente, apenas para as crianças mais novas, da creche, jardim-de-infância e escolas primárias, e com o previsto distanciamento social de 1 a 2 metros. As mais velhas, com 11 ou mais anos, regressaram ao seu estabelecimento de ensino duas semanas depois. Todas separadas em pequenos grupos e com aulas no exterior sempre que possível. As regras incluíam lavar as mãos de duas em duas horas e os equipamentos desinfetados após a sua utilização.
Alemanha
As regras do regresso variaram consideravelmente nas 16 regiões da Alemanha, mas as escolas em todo o país abriram as portas gradualmente ao longo das últimas semanas. Tal como cá, foi dada prioridade aos alunos mais velhos que tinham exames. Já os alunos da escola primária foram últimos a regressar. Tudo por turnos, a usar sempre a mesma sala, com intervalos controlados e a proibição de jogos de contacto. O objetivo, garantiram já os ministros da Educação e Assuntos Culturais das regiões federais, é que as escolas estejam a funcionar mais ou menos normalmente quando o novo ano letivo começar, em Agosto.
França
Em França, as escolas infantis e primárias tal como o secundário reabriram antes dos cafés, bares e restaurantes – com a exceção da região de paris. Estabeleceu-se o máximo de 15 alunos por turma, promovendo assim o distanciamento física. E era expetável que professores e crianças com mais de 11 anos usassem máscara. Os mais pequenos voltaram a 11 de maio; os mais crescidos a partir de 18 e até 2 de junho, respondendo às mesmas regras. Tudo facultativo até dia 22 de junho, depois obrigatório para todos os alunos. Ainda assim, apressou-se a garantir o ministério da Educação francês, não estavam previstas quaisquer penalizações para as famílias que recusassem enviar os filhos antes das férias de verão. Estas começam agora, no início de julho.
Irlanda
As escolas vão começar a reabrir por fases a partir de finais de Agosto, mais de cinco meses após terem fechado. Tudo com o apoio dos diretores e sindicatos de professores locais. Ainda assim, a logística em torno da limpeza, equipamento de proteção e distanciamento físico permanece pouco clara. E essa é a grande questão, já que a Irlanda tem algumas das maiores turmas da Europa.
Itália
Foi o primeiro país a encerrar as escolas, a 4 de março, e decretou o fim do ano letivo antes de meados de junho. Agora ainda não há uma data definitiva para a sua reabertura, mas já se prevêm algumas medidas. A saber: 1 metro de distância física nas salas de aula e máscaras para crianças com mais de seis anos. Deverá ainda ser proibida a entrada na escola a qualquer pessoa com uma temperatura superior a 37,5C. É ainda expetável uma redução do horário das aulas na escola e turmas divididas.
Espanha
Desde finais de maio que algumas crianças voltaram às escolas no país vizinho. Foi, no entanto, uma frequência tenha sido voluntária e dependente da situação em cada uma das 17 regiões autónomas de Espanha. A sério, no que se determinou ser a nova normalidade, só depois do início do novo ano escolar. Segundo disse a ministra espanhola da Educação, Isabel Celaá, no início do mês, o governo estava a trabalhar para a reabertura das escolas “para todos os estudantes” em Setembro. Um plano que prevê o distanciamento físico de 1,5 metros entre alunos, e máscaras obrigatórias para crianças com mais de seis anos de idade. As mais novas poderão ter aulas em grupos pequenos, sem necessidade de distanciamento.
Bélgica
Todas as escolas primárias retomaram as aulas na sua totalidade no país logo a 8 de Junho, com poucas adaptações nas salas de aula e a normal interação entre professores e alunos. Em relação aos alunos mais velhos, a decisão ficou entregue às autoridades locais. As condições? serem por turnos e os alhnos serem capaes de manter o distanciamento físico. Foi ainda tornado público que não haveria quaisquer sanções para os pais que não enviassem os filhos à escola durante este último mês do ano letivo. Em setembro, espera-se um reinício nos mesmos moldes de agora.
República Checa, Hungria e Polónia
Já a maioria dos governos da Europa Central e Oriental tomaram a decisão de manter as escolas fechadas até agora, na sua generalidade. Na República Checa, os mais novos – até aos 11 anos – puderam frequentar a escola a partir do início de junho, numa base voluntária. Já os mais velhos não regressarão antes de Setembro. Uma decisão semelhante foi tomada na Hungria, onde professores e estudantes puderam encontrar-se em pequenos grupos se necessário. Naa escola só depois das férias de verão. Na vizinha Polónia, os infantários estão abertos desde meados de Maio, mas não se chegou a perspetivar o reinício das aulas para todos antes do fim do verão. Os modelos, esses, ainda não são conhecidos.
Reino Unido
Neste final de ano letivo, abriram algumas escolas do Reino Unido para os alunos mais velhos, que teriam de apresentar-se a exame, e outras para os mais pequenos. Em setembro, é expetável que as aulas sigam o modelo presencial para todos. Os parâmetros em que isso será feito é que também ainda não foram tornados públicos. Ainda assim, o responsável pela pasta, Gavin Williamson, já fez saber que será obrigatório enviar as crianças para a escola – e que quem não cumprir poderá ser multado.