Segundo um estudo de opinião da empresa de estudos de mercado Multidados e da agência de comunicação Guess What, a maioria das pessoas não está preparada para voltar a frequentar cafés e restaurantes, ir ao ginásio e usar transportes públicos.
No inquérito, com 1000 inquiridos, foram feitas perguntas relacionadas com o regresso à normalidade – e a maioria apenas pretende voltar aos espaços públicos com mais movimento daqui a um ou dois meses.
Numa escala de 0 (pouco receio) a 10 (muito receio), os portugueses atribuem um valor de 7 à ida a bares e discotecas, e 6 à ida a restaurantes e bares. Para mais de 60% dos inquiridos que iam ao ginásio duas ou mais vezes por semana, o receio de regressar é grande (8), enquanto o receio de estar com amigos é moderado (5).
Antes da pandemia, cerca de metade dos inquiridos almoçava ou jantava em restaurantes pelo menos uma vez por semana e cerca de 60% frequentava cafés mais de uma vez por semana. Um terço das pessoas que responderam ao questionário ia a bares e discotecas, sobretudo ao fim de semana. Agora, a intenção dos portugueses em regressar a estes espaços será daqui a um mês. De qualquer forma, recorde-se, os bares e discotecas ainda não podem abrir.
No caso dos ginásios, 90% dos inquiridos garantem que vão ter maior cuidado na seleção do seu local de treino.
Quanto aos transportes, 26% dos portugueses utilizavam o automóvel para as suas deslocações, mas este número deve aumentar, uma vez que a maioria dos inquiridos admite só voltar a usar um transporte público daqui a mais de dois meses.
Cerca de 60% dos inquiridos vai também diminuir o número de pessoas reunidas em convívio, demonstrando mais cautela nos encontros com os amigos e família.
O inquérito revela ainda que mais de metade das pessoas mudou de planos para as férias: 83% dos portugueses iam arrendar uma casa em 202o, mas entretanto 60% cancelaram a sua reserva.
As idas aos centros comerciais vão igualmente mudar. Cerca de 70% dos inquiridos admite frequentar menos vezes estes espaços do que fazia anteriormente, embora mantenha o mesmo número de idas aos supermercados e cabeleireiros.
No inquérito conclui-se também que os portugueses têm mais receio de ir ao dentista (6, na escala de 1 a 10) e a consultas ou exames de saúde (6) do que ir à farmácia (4). A maioria, contudo, não deixou de ir às consultas e exames médicos por receio de contágio.
O inquérito foi realizado através de chamadas telefónicas e e via online, entre os dias 20 e 23 de maio.