“É como ter uma mão outra vez”. É como Joe Hamilton se sente ao ser o primeiro paciente a experimentar o braço biónico que é apenas comandado pelos seus pensamentos.
Quando um membro é amputado, o cérebro continua a enviar informação através dos nervos. O que uma equipa da Universidade de Michigan conseguiu foi, através de uma cirurgia, ligar interfaces aos nervos cortados, permitindo a um eléctrodo amplificar os sinais recebidos e registar a atividade cerebral, transmitindo essa informação à protese.
Os quatro pacientes que aceitaram participar no estudo, para além de controlarem o “braço” com os pensamentos, conseguiram mover cada dedo da mão, ação que até à data era limitada.
Apesar de os participantes não poderem utilizar a prótese fora do laboratório, durante o teste conseguiram levantar objetos redondos e até jogar ao “pedra, papel ou tesoura”, apresentando movimentos rápidos e complexos.
Paul Cederna, professor de engenharia biomédica que co-liderou a pesquisa, afirma que “este é o maior avanço no controlo motor de pessoas com amputações, nos últimos anos”.
“Muitas vezes, as coisas que testamos no laboratório de pesquisa aumentam o campo de conhecimento já existente, mas nunca temos a oportunidade de ver como isso resulta num ser humano”, disse ainda Cederna. “Quando podemos assistir aos teste de uma pessoa com uma prótese, a fazer algo impensável há 10 anos, é muito gratificante”