Tudo começou com um insignificante tubo de plástico. Em agosto de 2015, uma equipa de biólogos marinhos apanhou uma tartaruga com uma palhinha enfiada numa narina. O vídeo de oito minutos da remoção, aparentemente dolorosa, do objeto chegou ao YouTube, emocionando milhões de pessoas (hoje tem quase 40 milhões de visualizações). E assim o mundo despertou para um problema que existe há décadas – a acumulação de plástico nos oceanos.
A gravidade da situação tem levado diversos países e territórios a adotarem leis a restringir ou a banir certos produtos de plástico, sobretudo os de uso único. Em março deste ano, o Parlamento Europeu aprovou o fim dos plásticos de uso único até 2021, numa rara manifestação de quase unanimidade de grupos parlamentares que não costumam concordar em quase nada (560 votos a favor, 28 abstenções e apenas 35 contra), o que demonstra a impopularidade do plástico na opinião pública. Segundo a nova lei europeia, a proibição afetará talheres e pratos, cotonetes, palhinhas, varetas de balões, recipientes para bebida e comida em poliestireno expandido, e material oxibiodegradável (que se degrada em meses, mas que se converte em micropartículas, o que é um problema em si mesmo).
Na sequência da decisão da União Europeia, Portugal criou a sua legislação. Em setembro, foi publicada a Lei nº 76/2019, que “determina a não utilização e não disponibilização de louça de plástico de utilização única nas atividades do setor de restauração e/ou bebidas e no comércio a retalho”, e a 77/2019, que exige a “disponibilização de alternativas à utilização de sacos de plástico ultraleves e de cuvetes em plástico nos pontos de venda de pão, frutas e legumes”. No caso da primeira lei, há um período de adaptação: um ano para cafés e restaurantes; dois anos para rulotes de comida e bebida; três anos para supermercados. A segunda obriga os retalhistas a oferecerem aos consumidores alternativas aos sacos de plástico ultraleves, a partir de fevereiro do próximo ano, e a deixarem de disponibilizar de vez esses sacos e as cuvetes descartáveis de plástico até junho de 2023.
A nova legislação tem sido criticada, não pelas intenções mas pelas dúvidas que levanta. Por exemplo, a lei refere como exceção à proibição as “embalagens 100% biodegradáveis, de material de origem biológica e renovável”; mas a norma europeia que define o que é biodegradável (a EN 13432) tem um patamar técnico de 90%, não de 100%, e além disso não há atualmente embalagens que sejam totalmente de origem biológica e renovável.
O mesmo ponto da lei pode também incentivar comportamentos errados, ao dar como exceção os sacos que sejam compostáveis “em meio natural”. “A mensagem, errada, que passa às pessoas é que estas podem largar aquilo em qualquer lado”, acusa Rui Berkemeier, engenheiro ambiental e responsável pela área de resíduos da associação ambientalista Zero. Pior do que isso, diz, é a falta de utilidade do saco biodegradável e os problemas que causa na triagem da reciclagem. “Esses sacos vão para as mesmas estações de tratamento dos outros, e as máquinas tendem a ler ambos da mesma forma.” O ideal seria que os sacos biodegradáveis fossem utilizados para recolher resíduos orgânicos – acabariam por ser tratados, portanto, como lixo orgânico, com os mesmos processos biológicos.
A guerra ao plástico, seja nos hábitos de consumo seja na lei, vem colocar várias questões: como estão as empresas produtoras a adaptarem-se aos novos tempos; e como reagem as empresas de papel perante um aumento das solicitações?
Juramos ser ecologistas. Mas…
Hernâni Magalhães, administrador da Silvex, uma das maiores empresas portuguesas de plásticos, especializada em sacos e películas para embalar, participou num grupo de trabalho, criado por despacho do Governo, para estudar e debater o tema. Mas, queixa-se, a nova lei ignora completamente o relatório final, que contou com contributos da indústria, do associativismo ambiental, dos consumidores e dos gestores de resíduos. “Sacos biodegradáveis?”, exemplifica. “Dito assim, não sei o que é. No fundo, tudo é biodegradável, até o plástico. Só depende do tempo. Também não sei o que são alternativas às cuvetes e aos sacos de plástico ultraleves. E como é que as pessoas levam a fruta? Os morangos, as cerejas? E o que é ‘uso único’? Posso lavar um prato de plástico e voltar a utilizá-lo.”
Esta semana, foi divulgado um inquérito (conduzido pela plataforma de mobilidade Bolt) em cinco países europeus que concluía que os portugueses eram dos mais preocupados com o impacto das suas escolhas no ambiente – 89% asseguravam mesmo já ter alterado os seus hábitos de consumo “para escolher opções mais sustentáveis”.
Não é essa a perceção de Hernâni Magalhães. “O que sai das pesquisas aos consumidores e o que eles fazem são duas coisas muito diferentes.” O gestor da Silvex dá como exemplo sacos de papel para sandes que a empresa começou a produzir há uns anos e que “nunca pegaram” porque, na hora de escolher, “as pessoas levam o mais barato”.
Outro exemplo: em 2006, a empresa passou a fabricar sacos e película aderente a partir da fécula de batata (e, mais tarde, também do milho e da cana-de-açúcar); no início, alguns supermercados testaram este material politicamente correto, para rapidamente descobrirem que não havia procura; e como tinha data de validade, por ser de origem orgânica, o bioplástico não podia ficar indefinidamente nas prateleiras – e a empresa acabou por ter de receber as sobras. “Hoje, 13 anos mais tarde, exportamos para o Norte da Europa, EUA (está à venda na Whole Foods), Nova Zelândia, Coreia do Sul, mas em Portugal não vendemos. A película compostável é um nicho, e só entre as pessoas com mais poder de compra”, lamenta o representante da empresa. Ou seja, os produtos já existem. Mais do que as empresas, são os consumidores que terão de se adaptar às novas leis.
De qualquer modo, os plásticos de origem agrícola, se se massificarem, podem tornar-se um problema ambiental e social grave – para produzir milhões de toneladas de “plástico verde”, a partir do milho ou da cana-de-açúcar, terá de ser subtraído espaço a terras agrícolas ou a florestas. O mundo, aliás, já tem uma amostra dessa realidade: a febre dos biocombustíveis, que há anos foram apresentados como um ovo de Colombo ambiental, levou à desflorestação de enormes áreas e à alienação de propriedades agrícolas em África, deixando as populações locais sem meios de sustento. “Não temos forma de substituir o sintético”, alerta Maria Elvira Callapez, especialista em História dos Plásticos e investigadora principal na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. “É por haver plástico que não delapidamos tanto os nossos recursos naturais.”
Mesmo comparando com alternativas para certos usos, as desvantagens do plástico nem sempre são claras, diz a professora universitária. “O plástico gasta menos energia na sua produção, logo emite menos dióxido de carbono. E reciclá-lo polui menos do que reciclar vidro, que usa muito mais água e detergentes.” Outro ponto negativo do vidro e do metal, no embalamento, é o maior peso face ao plástico – quanto mais pesado, mais combustível é usado no transporte, o que faz aumentar as emissões de gases com efeito de estufa.
Estas subtilezas têm passado ao lado dos consumidores. No Reino Unido, a Riverford Organics, uma empresa que vende cabazes de comida biológica, percebeu que conseguiria reduzir em 70% a sua pegada de carbono no embalamento se substituísse as caixas de cartão por caixas de plástico mais duráveis. Mas um inquérito aos clientes revelou que a maioria se opunha veementemente à troca, e a empresa desistiu da mudança. “É preciso ser-se muito corajoso para ir contra as opiniões intuitivas das pessoas”, confessou Guy Watson, o fundador da empresa, ao The Guardian. É por situações como esta que a investigadora Maria Elvira Callapez apelida as campanhas antiplástico de “emocionais”.
Sacos reutilizáveis contaminados
A guerra contra o plástico de uso tendencialmente único deve basear-se na redução e na reutilização, e não na simples substituição de um produto descartável por outro, avisam os ambientalistas – optando-se, por exemplo, por sacos reutilizáveis, de pano ou outro material mais ecológico, em vez de sacos de plástico, quando vamos às compras. Mas mesmo esta opção de simples senso comum tem mais matizes do que aparenta. Um estudo dinamarquês calculou que um saco de algodão terá de ser usado 7 100 vezes para compensar a diferença nas emissões de gases com efeito de estufa, comparando com as emissões de um saco de plástico (se o algodão for de agricultura biológica, então, só compensa ao fim de 20 mil utilizações).
E há ainda uma questão de saúde e segurança alimentar a entrar na equação – alguns estudos indicam que os sacos reutilizáveis tendem a estar contaminados com bactérias, e algumas delas perigosas. Um dos mais recentes – português e publicado em maio deste ano na revista científica Food Control – analisou o interior de 30 sacos usados, de polipropileno (os sacos grandes reutilizáveis, vendidos nos supermercados), e concluiu que todos continham micro-organismos, desde Enterobacteriaceae a estafilococos, passando até pela Listeria monocytogenes, que provoca a listeriose, uma infeção potencialmente grave.
“A sustentabilidade é importante, mas é também importante, por razões de saúde, que os consumidores saibam usar corretamente este tipo de sacos”, diz à VISÃO Paula Teixeira, uma das autoras do estudo e investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina, da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. “Os sacos estão contaminados e há o risco de contaminação cruzada”, adverte. “As pessoas deviam usar um saco para cada tipo de produto, e depois lavá-lo bem. Mesmo a carne embalada tem micro-organismos no exterior da embalagem.”
Outra conclusão inquietante do estudo é a falta de relação entre o aspeto do saco e as bactérias encontradas. “O facto de parecer sujo ou limpo, novo ou velho, não nos diz nada sobre o grau de contaminação. Encontrámos sacos muito contaminados que pareciam limpos. Os micróbios não se veem…”, realça Paula Teixeira. E a contaminação tinha efetivamente origem nas compras, confirma: nos sacos de controlo do estudo, novos, não se encontraram bactérias. “Não são micro-organismos ambientais – são mesmo dos produtos transportados lá dentro”, conclui a investigadora.
A hipocrisia da reciclagem
O desafio é encontrar um equilíbrio entre o que interessa ao Homem e à Natureza. Em 2015, o mesmo ano em que a tartaruga da palhinha no nariz se tornou involuntariamente famosa, um estudo publicado na revista científica Global Change Biology estimava que 52% das tartarugas-marinhas já tinham comido plástico. Outro estudo, igualmente de 2015, publicado na revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA, apontava para que 90% das aves marinhas também tenham ingerido plástico, em algum momento das suas vidas. Dois anos depois, o tema ganhou novo fôlego, quando o último episódio da série de documentários Planeta Azul II, de David Attenborough, foi dedicado ao plástico nos oceanos. Recorrentes são ainda as notícias de baleias encontradas mortas com dezenas de quilos de plástico no estômago. (Ao contrário do que muita gente pensa, não é a suposta toxicidade do material que mata; acontece que o plástico pode entupir o sistema digestivo dos animais, levando-os a morrer à fome, ou dar-lhe uma falsa sensação de saciedade, enfraquecendo-os progressivamente).
O que vai ser proibido
Vamos ficar sem alguns objetos – mas não para já
1 – Loiça banida
Supermercados e estabelecimentos de restauração e bebidas não podem utilizar nem disponibilizar loiça de plástico (pratos, tigelas, copos, colheres, garfos, facas, palhinhas e palhetas) “cuja utilização, pelas suas características, apenas seja possível uma vez”. A exceção são alguns contextos hospitalares e emergências sociais e humanitárias.
Os restaurantes e cafés têm um ano para se adaptarem (até setembro de 2020), os estabelecimentos móveis, dois anos, e os supermercados, três.
2 – Sacos alternativos
Os pontos de venda de pão, fruta e legumes terão de disponibilizar alternativas aos sacos de plástico ultraleves e às cuvetes de plástico, a partir de fevereiro de 2020; até junho de 2023, terão de deixar de disponibilizar de todo os sacos ultraleves e as cuvetes.
Não se conhece, no entanto, a escala do problema. Sabe-se que muitos animais individuais morrem porque comem plástico ou ficam presos em lixo (diferentes associações conservacionistas apontam para números tão díspares como 100 mil a 100 milhões), mas ninguém sabe dizer, por esta altura, se é um fenómeno que está a pôr em risco a sobrevivência de espécies – como é o caso das alterações climáticas.
Certo é que a cada dia que passa o problema cresce de dimensão. Desde a década de 50, quando o plástico começou a ser fabricado em massa, já produzimos 8,3 mil milhões de toneladas deste derivado do petróleo. Calcula-se que um quarto já tenha ido, ou acabe por ir, parar aos oceanos. Por ano, oito milhões de toneladas deste lixo é “despejado” no mar. E a reciclagem não tem acompanhado, nem de longe, o ritmo de produção: em média, apenas 9% é reconvertido.
Muitos especialistas sublinham que o problema do plástico não é o material em si, mas os comportamentos das pessoas: o que fazem ao lixo no seu fim de vida (e a quantidade que produzem – em 2018, os portugueses produziram mais 4% de lixo do que no ano anterior, apesar de o PIB só ter crescido 2,4%). Grande parte do plástico enviado para outros países para ser reciclado nunca chega a sê-lo. Durante vários anos, a China recebeu, de países ocidentais, quantidades gigantescas de plástico misto ou sujo para reciclar; no final de 2017, a braços com graves problemas ambientais de diversas ordens, fechou as portas à importação deste tipo de lixo. Seguiram-se o Vietname, o Bangladesh, a Tailândia, a Malásia, a Indonésia, o Laos, a Etiópia, o Senegal – países pobres que aceitam receber os resíduos dos mais ricos, com a promessa, mas não com a garantia, de que tudo será devidamente reciclado. Diversas vezes, os resíduos acabam em lixeiras, quando não são diretamente lançados aos rios e ao mar.
No início deste ano, 187 países assinaram um acordo, no âmbito da ONU, que restringe a exportação do plástico de difícil triagem e tratamento, responsabilizando os Estados pela monitorização ao pormenor do destino do material. O acordo, no entanto, só entra em vigor em maio do próximo ano. Entretanto, já este mês, o Governo da Argentina alterou a definição legal de resíduos, permitindo na prática a importação de milhões de toneladas de lixo plástico dos EUA, o maior “vendedor” de lixo do mundo.
Em Portugal, o potencial de reciclagem do plástico, que constitui 11,5% do total de resíduos sólidos urbanos, está longe de ser aproveitado. Mas, ao contrário dos bioplásticos, o mercado do material reciclado tem sido cada vez mais bem recebido. “Em 2008, quando lançámos os primeiros sacos para lixo em material reciclado, as pessoas achavam que era refugo; hoje, é premium”, diz Hernâni Magalhães, da Silvex.
Várias empresas trabalham atualmente com plástico usado como matéria-prima, impulsionadas pela procura e pelo preço, por enquanto mais baixo do que o produto virgem, vindo de países produtores de petróleo. Mas se a Arábia Saudita, de longe o maior exportador de material plástico, quiser dificultar a reciclagem, basta-lhe baixar o preço temporariamente. Num mercado tão concorrencial, nenhuma companhia conseguirá sobreviver produzindo mais caro do que a do lado.
E no fim de contas todo este esforço legislativo, apontado aos bens de consumo, pode ser uma gota no oceano – afinal, um estudo na Science estima que a maior parte do plástico da denominada Grande Ilha de Plástico do Pacífico tenha origem na pesca (redes abandonadas, armadilhas, boias, cestos). Outro estudo, publicado no mês passado na revista científica da Academia Nacional de Ciências dos EUA, descobriu que a maioria das garrafas de plástico que davam à costa na Ilha Inacessível, no arquipélago de Tristão da Cunha (o território habitado mais remoto do planeta), era atirado borda fora de navios mercantes chineses. “Toda a gente fala em salvar os oceanos deixando de usar sacos de plástico, palhinhas e embalagens de uso único”, disse à agência de notícias AFP o oceanógrafo Laurent Lebreton, da associação ambientalista The Ocean Cleanup. “Isso é importante, mas quando analisamos o oceano não são necessariamente essas as coisas que encontramos.” As famosas palhinhas, por exemplo, não passam de 0,02% do plástico que se encontra nos oceanos.
Independentemente da origem, impedir que o plástico entupa os mares e mate milhares de animais é uma luta justa. Mas não deixa de ser irónico que as primeiras investigações e experiências em finais do século XIX, que dariam origem ao plástico já no início do século XX, tenham nascido da necessidade de encontrar um substituto sustentável do marfim, para o fabrico de bolas de snooker. Um esforço que provavelmente impediu que os elefantes fossem caçados até à extinção. O plástico, na verdade, nasceu como alternativa ecológica.
E o papel?
Se há setor que tem muito a ganhar com o cerco ao plástico é o papel, com a substituição direta de um pelo outro em muitos produtos. Os ganhos para as embalagens de papel e cartão deverão atingir alguns milhares de milhões de euros, na Europa
Palhinhas, pratos, copos, embalagens… Com a diabolização do plástico, o papel tende a tomar-lhe o lugar. A VISÃO perguntou à Celpa – Associação da Indústria Papeleira de que forma está o setor da celulose a encarar esta mudança
A oportunidade
A Celpa, que representa a The Navigator Company, a Renova, o Grupo Altri e o DS Smith Paper Viana (responsáveis pela totalidade da produção de pasta de papel), garante que os “bioprodutos renováveis e recicláveis, como os papeleiros, são os produtos do futuro” e uma alternativa “de origem natural, reciclável, renovável, biodegradável e amiga do ambiente”. Além disso, “o papel é o produto mais reciclado na Europa, exibindo uma taxa de reciclagem de 72 por cento”.
Os novos produtos
Além das alternativas óbvias aos plásticos de uso único que têm entrado no mercado (copos, pratos, taças, palhinhas, caixas), a Celpa destaca que Portugal é já um exportador de “pasta solúvel que permite a partir de fibras naturais de celulose fazer ecrãs de smartphones, película para a indústria alimentar e farmacêutica, bem como a substituição de fibras sintéticas na indústria têxtil”. E o futuro passa por embalagens inteligentes que dizem, por exemplo, se a fruta está madura.
O ambiente
O papel é um produto natural e “100% reciclável”. Mas é o facto de ser biodegradável que faz a grande diferença para o plástico, quando estão em causa os oceanos. A Celpa destaca ainda que as florestas “onde se cultivam os pinheiros e eucaliptos para fabricar o papel são grandes sumidouros de carbono”. “A indústria papeleira contribui para a mitigação das alterações climáticas. Mais, estas florestas plantadas são geridas de forma sustentável, isto é, são certificadas por entidades internacionalmente reconhecidas.”
Os buracos
Obviamente, nem tudo o que é hoje plástico é passível de ser trocado pelo papel e seus derivados. Mas a indústria diz ainda não ter esgotado as possibilidades. “Existem determinadas utilizações em que o plástico é o material a usar, nomeadamente ao nível dos cuidados de saúde. No entanto, acreditamos que a indústria de pasta e papel estará a estudar alternativas, dada a oportunidade e apetência para a substituição”.
Os milhões
Segundo a Celpa, há estudos que apontam para a remoção, no curto prazo, dos supermercados europeus de 1,5 milhões de toneladas de plástico por ano, “com um potencial de mercado das embalagens de papel e cartão na ordem dos milhares de milhões de euros por ano”.
Os preços
A VISÃO perguntou se “houve um aumento do preço de outros papéis devido a estes novos produtos”. A Celpa diz que no papel tissue (papel higiénico e rolos de cozinha) “ainda não se verificou um aumento do preço”. Mas não esclarece se outros produtos de papel, como de jornal ou revista, sofreram aumentos na sequência da maior valorização do papel no mercado.