Já pensou na possibilidade de escolher o género do seu filho? Não é uma ideia nova. Nos Estados Unidos (e não só) existem clínicas que já o fazem, apesar de os procedimentos não serem unanimamente aceites. Boa ou má ideia, a verdade é que as experiências levadas a cabo com espermatozoides de ratos, descritas num estudo publicado na revista Plos Biology, revelaram a forma como podemos manipular a fertilização de modo a decidir o género do bebé sem correr riscos.
Os cientistas descobriram que o espermatozoide com o cromossoma X, que dá origem às fêmeas, diminuiu a velocidade quando um certo produto químico foi adicionado, enquanto o espermatozoide com o cromossomo Y (masculino) acelerou. Desta forma, conseguiram determinar o género das crias dos ratos utilizados na experiência.
Segundo o estudo, o processo pode ser aplicado noutros mamíferos, inclusive nos seres humanos. Além disso, os investigadores acreditam que o mesmo não danifica o ADN dos espermatozoides e pode simplificar muito a seleção de sexo em caso de fertilização in vitro.
“A utilização deste método na tecnologia de reprodução humana é, por agora, especulativo e envolve questões éticas significativas” esclarece Masayuki Shimada, cientista que orientou a equipa responsável pela experiência.
O jornal britânico Independent cita alguns especialistas na área que, apesar de não terem participado no estudo, reconhecem que os resultados são bastante significativos. Contudo, alertam para o facto de ainda haver um longo caminho a percorrer para que o método seja passível de ser aplicado aos seres humanos.
De uma forma ou de outra, é quase impossível poder escolher o sexo do bebé em Portugal. Em 2001, entrou em vigor no nosso país um documento produzido na Convenção para a Protecção dos Direitos do Homem e da Dignidade do Ser Humano face às Aplicações da Biologia e da Medicina. No artigo 14, pode ler-se que “não é admitida a utilização de técnicas de procriação medicamente assistida para escolher o sexo da criança a nascer, salvo para evitar graves doenças hereditárias ligadas ao sexo”.
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