Claudia Patatas foi descrita na sexta-feira, no tribunal de Birmingham, no centro de Inglaterra, pelo procurador público responsável pela acusação, Barnaby Jameson, como um membro do grupo National Action [Ação Nacional] “ativo, mas não proeminente”.
A National Action foi proscrita em dezembro de 2016 por ser considerada “uma organização racista, antissemita e homofóbica que suscitava o ódio, glorificava a violência e promovia uma ideologia vil” devido ao material que disseminava na Internet, nomeadamente nas redes sociais, com imagens e linguagem violentas e apelos a atos de terrorismo.
“Patatas era um membro altamente ativo da organização ao ponto de ter posto em causa a segurança do grupo”, referiu o procurador na sua apresentação das orientações para a sentença, na sexta-feira, que será decidida pelo juiz Melbourne Inman apenas hoje.
Segundo Jameson, Patatas e o companheiro, Adam Thomas, de 22 anos, foram expulsos de pelo menos uma conversa com outros elementos da extrema-direita chamada Triple K Mafia [referência ao grupo supremacista norte-americano Ku Klux Klan] numa aplicação de telemóvel encriptada devido à violência da linguagem.
“Ela advogou a morte de todos os judeus e afirmou-se, juntamente com Thomas, como alguém que seria capaz de matar uma criança de raça mista”, descreveu o procurador.
A portuguesa é considerada uma simpatizante de ideologia neonazi há muito tempo, incluindo quando ainda vivia em Portugal, onde fazia parte de um grupo que celebrava o aniversário de Adolf Hitler, admitiu durante o julgamento.
A casa onde vivia em Banbury, perto de Oxford, e onde mais tarde coabitou com o britânico Thomas, estava decorada com inúmeros artigos com suásticas, como almofadas no sofá e um cortador de massa de biscoitos.
No frigorífico, a polícia encontrou em janeiro, quando fez uma busca e deteve o casal, um poster da National Action quando este grupo já tinha sido proibido pelo Governo britânico, e onde se lia: “O Reino Unido é nosso, tudo o resto deve sair”.
O procurador apontou também o facto de Patatas ter “deixado a casa tornar-se num arsenal” para o companheiro Adam Thomas guardar armas como bestas, facas e punhais, alguns dos quais se encontravam no quarto onde dormiam com o filho recém-nascido.
Além das armas e da “mentalidade racista virulenta”, considerou como fatores agravantes a portuguesa ter, juntamente com Thomas, colado autocolantes da National Action em dois jardins dedicados ao final da II Guerra Mundial, em Birmingham e em Leamington Spa.
com Lusa