Na série CSI: Cyber, Patricia Arquette, no papel da agente Avery Ryan do FBI, procurava resolver crimes que tinham em comum o submundo da internet. Na chamada dark web, onde se passam as coisas mais sombrias da sociedade, como vídeos de pedófilos, tráficos de droga ou roubo de identidades, há hackers para tudo.
Num dos episódios de CSI: Cyber, alguns mestres na arte de abrir as portas cibernéticas deixadas só encostadas pela indústria que desenvolve aparelhos eletrónicos, entraram nos intercomunicadores que os pais usam em casa para saber, à distância, se a criança está a dormir. Depois de hackeados, os aparelhos permitiam que outros ouvissem o que se passava em casa, tendo uma criança sido raptada. O caso, claro, resolveu-se, mas aquela marca de intercomunicadores foi obrigada a recolher todos os que já tinham sido vendidos e a retirar os que estavam nas prateleiras devido a uma falha de segurança – na série, obviamente.
A ficção costuma imitar a realidade, mas há demasiados casos em que o contrário acontece.
No Reino Unido, o National Cyber Security Centre alertou hoje que os intercomunicadores e os brinquedos que estejam ligados à internet podem ser “tomados” por hackers e emitiu uma nova diretiva para que os fabricantes garantam a seguranças dos aparelhos.
Depois de analisados alguns, foram encontradas vulnerabilidades que permitem aos piratas informáticos não só ouvir o que se passa no quartos das crianças, mas também alterar valores que alguns destes dispositivos têm (como a temperatura corporal do bebé). Também fizeram referência
a um “urso de brincar inteligente” com uma falha de segurança que pode ser usada por hackers para obter informações privadas e a um “dinossauro falante” que permite que o tráfego de voz, dados e vídeo seja intercetado.
“Dispositivos mal protegidos podem ameaçar a privacidade das pessoas, comprometer a segurança da sua rede caseira e, assim, a sua segurança pessoal e podem ser explorados como parte de ataques cibernéticos em grande escala”, disse o porta-voz National Cyber Security Centre.
“Recentemente, e devido a falhas de segurança, houve ataques a smartwatches, câmaras de vigilância e brinquedos”, acrescentou.
O facto de existiram falhas de seguranças nos intercomunicadores e brinquedos não quer dizer que tenham sido utilizadas por hackers, mas sim, que os fabricantes devem seguir novos protocolos para suprir as lacunas.