Seria de pensar que a 11 mil metros de profundidade, no local mais profundo da Terra, numa zona remota do Oceano Pacífico, não se encontrasse nada a não ser natureza em estado puro. Mas lá está um saco de plástico. Detetado em maio de 1998, graças a um submersível robótico que passava a pente fino o fundo da Fossa das Marianas, o saco, do género dos usados para as compras de supermercado, foi agora classificado como o objeto de poluição de plástico a maior profundidade conhecido.
Uma equipa de investigadores “encontrou-o” enquanto analisava a Deep-Sea Debris Database, uma coleção japonesa de fotos e vídeos que resultaram de mais de 5 mil mergulhos ao longo dos últimos 30 anos e que foi tornada pública recentemente.
Dos detritos classficados na base de dados, o plástico é o que têm maior prevalência, e, dentro deste material, 98% correspondia ao tipo de plástico que se usa uma vez e se deita fora, como sacos, garrafas de água e utensílios descartáveis. Outros materiais listados incluem borracha, metal e madeira.
Este novo estudo concluiu também que 17% das imagens de plástico listadas mostram algum tipo de interação com a vida marinha, como animais presos nos detritos.
Como seria também de esperar, este tipo de poluição a grande profundidade já não é tão raro como quando o solitário saco de plástico branco foi encontrado, com descobertas no Atlântico Norte e no Oceano Pacífico a profundidades superiores a 4 mil metros.