A adega subterrânea, projetada pelo arquiteto Frederico Valsassina, numa propriedade alentejana do concelho de Redondo, não foi feita para estar à vista de tudo e de todos. Mas nem assim passou despercebida aos leitores do site de arquitetura ArchDaily que, esta semana, a elegeram como um dos 15 edifícios do ano, na categoria Arquitetura Industrial.
A construção em profundidade não impede a entrada de luz natural em todo o edifício. Lá dentro, o interior em espiral assemelha-se ao do Museu Guggenheim de Nova Iorque. Através de uma rampa circundante, iluminada por uma claraboia, acede-se aos três níveis da adega. É ali que tudo acontece: da chegada da uva ao engarrafamento, passando pela sala das barricas (a mais surpreendente de todas as que se visitam). Embora esteja enterrado, o edifício tem sempre luz natural, é energeticamente autossuficiente e está equipado com a melhor tecnologia de vinificação. Daqui saem as três referências de vinho deste produtor: Freixo Family Collection, Freixo Reserva Branco e Freixo Reserva Tinto.
Motivos mais do que suficientes para uma visita da adega inaugurada em novembro de 2016. “A ideia era fazer um projeto que preservasse ao máximo a paisagem rural natural da herdade [por onde ainda passa a raríssima cegonha preta], por isso, o edifício está enterrado. Queríamos que arquitetonicamente a adega servisse a vinha e não o contrário”, explicou na altura da inauguração à VISÃO Se7e, Pedro Vasconcellos e Souza, administrador e enólogo da Herdade do Freixo. Este projeto enoturístico queria tornar-se um destino mundial de referência para enófilos, ecoturistas e amantes da arquitetura. Parece que conseguiram.