O sabor está entre a cidra de maçã e… o vinho, talvez. Tem borbulhas, é amargo e um cheiro avinagrado. Dá pelo nome de kombucha e é um chá (verde ou preto) que se faz com um fungo. Definem-na como bebida rica em ácidos orgânicos, enzimas ou vitamina B. Devido às supostas características desintoxicantes e antioxidantes é referido como o “chá cogumelo”, que ajuda a regular o funcionamento do aparelho digestivo, do fígado e da circulação.
Desconhece-se a origem do kombucha, mas diz-se que surgiu na Manchúria (uma região no leste da Ásia) em 220 a.C. Segundo a lenda, foi um físico que, no séc. V, levou o fungo para o Japão e o usou para tratar os problemas digestivos do imperador. Há muito que este chá é consumido nos países asiáticos e no leste europeu, mas só mais recentemente invadiu a Europa ocidental.
Durante anos, têm sido atribuídas qualidades à bebida, como a prevenção da diabetes e das doenças cardiovasculares, o fortalecimento do sistema imunitário, a regulação do colesterol, ou a normalização da atividade intestinal. Nada disto está provado. Segundo um estudo publicado no jornal científico Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety, é considerado apenas um alimento funcional com “potenciais benefícios para a saúde”.
Diga-se que não é bonita a fase de fermentação do chá, uma vez que o fungo acrescentado, o scoby, é uma espécie de disco gelatinoso que flutua no chá durante 7 a 14 dias. O tal scoby tem leveduras que metabolizam o açúcar em álcool e bactérias que depois o transformam em ácido acético (vinagre). Ao fermentar, o disco expande-se e divide-se em pequenos discos – ou seja, mais fungos, que depois podem ser aproveitados para fazer mais bebida.
Desde tempos ancestrais que este chá é feito de forma caseira, mas na década de 90 começou a ser vendido comercialmente. No mercado português existem algumas, poucas, marcas de kombucha – aliás, diz-se kombutcha. A Captain Kombucha é a mais recente. Foi lançada este ano e tem “tido sucesso”, diz Tiago Lobo do Vale, diretor de marketing da Celeiro, empresa que distribui esta marca nacional no nosso território, exportando-a também para Inglaterra.
Este chá contém sempre uma pequena quantidade de álcool, devido à fermentação, mas como se situa abaixo dos 0,5% é considerada uma bebida não alcoólica. Contudo, será sempre o suficiente para fazer um brinde: à saúde, pois claro.
(Artigo publicado na VISÃO 1284, de 12 de outubro de 2017)