Já se sabia que a tinta usada nas tatuagens chega ao sistema linfático, responsável pela eliminação das toxinas do organismo. Uma investigação recente do European Synchrotron Radiation Facility, uma mega infraestrutura de investigação com equipamento de raios-x muito avançado, descobriu que nanopartículas tóxicas de dióxido de titânio presentes na tinta das tatuagens podem viajar pelo organismo e alojar-se nos gânglios linfáticos, atribuíndo-lhes a cor usada no procedimento.
Na altura da divulgação deste estudo, em setembro, Hiram Castillo, um dos cientistas responsáveis, alertou os interessados em fazer uma tatuagem para a importância de não se informarem só sobre a segurança das agulhas mas também da composição química das cores.
Entre as substâncias que podem fazer parte da tinta contam-se conservantes e contaminantes como o níquel, o crómio ou o cobalto.
O que só se descobriu agora é que o efeito persiste pelo menos passados 15 anos desde que a tatuagem foi feita, com sintomas que replicam os de um linfoma.
O caso agora descrito no Annals of Internal Medicine é de uma australiana de 30 anos, que receou receber um diagnóstico de cancro depois de reparar que os gânglios da axila estavam aumentados e doíam. Os médicos de Sydney concluíram, no entanto, que o sintoma se devia a uma reação a uma tatuagem que tinha feito 15 anos antes.