Em 2013, a norte-americana Jahi McMath, agora com 16 anos, foi submetida a uma cirurgia para remover as amígdalas para tratar a sua apneia do sono. Após a intervenção, a jovem esteve acordada e consciente durante algumas horas, mas acabaria por sofrer uma paragem cardíaca, tendo sido então declarada a morte cerebral. Agora, passados quase quatro anos, um juíz da Califórnia pode anular a certidão de óbito de Jahi emitida na altura.
O caso ganhou atenção nacional nos EUA quando três médicos do hospital pediátrico de Oakland pediram em tribunal que as máquinas de suporte de vida fossem desligadas, contra vontade dos pais. No entanto, estes ganharam o caso e transferiram a jovem para uma instalação em Nova Jérsia ao abrigo de uma lei nos Estados Unidos que proíbe os médicos de removerem as máquinas de suporte de vida em famílias com objeções religiosas. Desde então, os pais têm lutado em tribunal para que a certidão de óbito seja anulada por considerarem que a jovem ainda está viva. Um dos argumentos apresentados chegou à justiça americana em forma de vídeo, com Alan Shewmon, um neurologista reformado e crítico de longa data da forma de definir a morte cerebral, a defender que as imagens captadas pela família da jovem em 2014 e 2016 mostram sinais de vida. Os vídeos mostram a jovem a mexer os dedos sugerindo que Jahi ainda tem atividade cerebral.
Apesar de ter reconhecido anteriormente que o cérebro de Jahi está gravemente danificado, Latasha Spears Winkfield, mãe da jovem, diz que a filha ainda está viva e que a força das suas crenças religiosas não permitem que desista da luta de a manter ligada aos aparelhos.
“Nenhuma quantidade de alimentos, medicamentos, maquinaria médica ou esperança a vai trazer de volta” contrapõe Sam Singer, porta voz do Hospital.
Advogados da unidade de saúde argumentam, em documentos oficiais, que os advogados da família se recusaram a entregar os mais recentes vídeos que Shewmon disse ter visto. Em julgamento no dia 6 de julho a advogada do hospital afirmou que “os movimentos do corpo poderiam ser facilmente manipulados” acrescentando ainda que Jahi estava “tipicamente tapada de com cobertores” em vídeos previamente mostrados pela família.
Um juíz ouviu os argumentos apresentados sobre o caso no dia 13 de julho e espera-se que se pronuncie dentro de algumas semanas.