“Nenhum cientista percebe exatamente como aquela tempestada é criada e como pode durar tanto tempo”, admite Scott Bolton, líder da missão da sonda Juno a Júpiter.
É precisamente isto que os cientistas da NASA esperam mudar com o voo marcado para as últimas horas desta segunda-feira, que deixará a Juno mais perto que nunca da Grande Mancha Vermelha, mais precisamente a 9 mil quilómetros.
O que do espaço se vê como uma mancha em tonalidades laranja e vermelha é, na realidade, uma tempestade gigantesca, com ventos a soprar a velocidades superiores a 640 quilómetros por hora, e está na mira dos astrónomos desde o início do século XX.
A câmara da sonda, que se desloca a cerca de 50 quilómetros por segundo, deverá captar imagens detalhadas da tempestade, ao mesmo tempo que se espera que os seus oito instrumentos científicos possam ajudar a esclarecer o mistério que envolve o fenómeno.
A sonda Juno partiu da Terra rumo a Júpiter a 5 de agosto de 2011, tendo chegado à órbita do planeta a 5 de julho de 2016.
Isto é, para já, o que já se sabe sobre a Grande Mancha Vermelha:
– Tem um diâmetro de 16 mil quilómetros;
– 150 anos tem garantidamente, mas pode ser muitos mais séculos: as primeiras observações datam de 1830, mas há relatos de 1600 sobre uma mancha vermelha em Júpiter, que os astrónomos suspeitam poder tratar-se da mesma tempestade;
– É anticiclónica – gira em sentido contrário ao da maioria das tempestades;
– Está a dminiuir de tamanho
O que se espera descobrir em breve:
– A que se deve a cor avermelhada. Alguns investigadores acreditam que pode dever-se a uma atmosfera superior com nuvens formadas por amoníaco, ácido sulfúrico e água, embora não saibam se a reação entre estes elementos resulta naquela cor;
– Porque dura há tanto tempo;
– Porque está, aparentemente, a encolher;