Despacho atrás de despacho, o ministério da Saúde tenta quebrar um longo ciclo de domínio da Octapharma no fornecimento de plasma aos hospitais portugueses.
Para isso, investiu num novo método e centralizou as compras de plasma no Instituto Português do Sangue. A última medida interdita mesmo os hospitais do Serviço Nacional de Saúde de fazerem ajustes diretos e retira-lhes autonomia para avançar com concursos.
Mas então porque é que os diretores de serviço de imuno-hemoterapia do São João e de Santa Maria, os dois maiores hospitais do País, continuam a preferir o plasma da Octapharma e até compraram um braço de ferro com a tutela?
O jornalista José Plácido Júnior investigou a ‘guerra’ do plasma e ouviu os argumentos clínicos e as vantagens e desvantagens de cada um dos métodos. Mas teve sempre em pano de fundo a estrutura de custos, que o Governo quer reduzir, e o negócio – entre 2009 e setembro de 2016, a multinacional suíça, envolvida num investigação judicial, fechou contratos de 250 milhões de euros em Portugal de acordo com dados do Infarmed.