Alguns especialistas têm advertido para, o que denominam, a “era do pós-antibiótico”, com algumas infecções a tornar-se intratáveis devido à resistência aos antibióticos. Para contrariar essa tendêndia, um grupo de investigadores do The Scripps Research Institute, nos EUA, desenvolveu uma nova e potente versão da vancomicina. Esta reformulação está pensada para ser ultra-resistente, ao atuar de três maneiras diferentes contra as bactérias.
Uma das infeções que tem sido mais difícil de tratar é causada pelos Enterococcus Resistentes à Vancomicina (VRE, sigla inglesa). Segundo a Organização Mundial de Saúde, esta bactéria é das mais resistentes a medicamentos e alguns hospitais verificaram que pode causar feridas graves e infeções na corrente sanguínea.
Alguns antibióticos ainda são utilizados contra o VRE, mas a vancomicina, utilizada desde os anos de 1950 e apenas em último recurso, tornou-se impotente. Os investigadores começaram a desenvolver algumas mudanças na estrutura molecular do medicamento, de maneira a fortalecer a forma como o antibiótico ataca a bactéria (destruindo as paredes celulares).
“Adicionámos à molécula da vancomicina duas formas adicionais para matar bactérias. Assim, o antibiótico apresenta três mecanismos diferentes para matar bactérias”, revela Dale Boger, principal autor do estudo.
Boger acrescenta que esta molécula está projetada para enfrentar a resistência a antibióticos, que muitas vezes pode ser difícil de contornar. Os testes realizados demonstraram que o novo medicamento manteve a mesma eficácia em quase 50 ciclos de exposição à bactéria.
Esta nova substância ainda está a ser testada em animais e humanos, mas os investigadores acreditam que, se passar em todos os testes, o antibiótico estará disponível dentro de cinco anos.