Se é um dos que recebeu uma multa de velocidade ultimamente, não se admire. Não está sozinho. Entre novembro de 2015 e outubro de 2016, foram processadas 66874 multas com base nos radares fixos de Lisboa. Um aumento de 1633% num ano, que tem pesado no bolso de muitos condutores.
As zonas críticas da capital são conhecidas: Túnel do Marquês, Avenida Brasília e Avenida da Índia. Pelo país há 50 novos radares em funcionamento. Às notificações tardias – muitas vezes quase dois anos depois – e de várias infrações de cada vez, acumulam-se os casos insólitos, como os pedidos de pagamento em duplicado.
Na edição esta semana nas bancas, a VISÃO analisa (num dossiê de 12 páginas) o aumento das multas, fala com advogados e especialistas em prevenção rodoviária e explica as técnicas utilizadas pelos juristas para contestar os vários tipos de infrações duvidosas, que variam conforme sejam de velocidade, condução ao telemóvel, álcool ou estacionamento. Numa coisa todos concordam: com o aumento extraordinário de coimas e a forma tardia como os cidadãos são notificados, é discutível a fronteira entre a prevenção e o negócio.