O que irá na cabeça de uma mulher que perde, à vez, dois maridos, o pai e três irmãos? E que fará ela quando sabe que o responsável por essas mortes são outros homens, seus compatriotas, apesar de serem terroristas e pertencentes ao Isis, o auto-proclamdo Estado Islâmico?
São perguntas de difícil resposta, que podem até escapar à lógica de quem não vive em permanente guerra. Se não, veja-se como reagiu Wahida Mohamed, mais conhecida como Um Hanadi, uma avó iraquiana (tem duas filhas de 22 e 20 anos), de apenas 39 anos, ela própria transformada numa dona de casa guerrilheira: com um machete decapitou e cozinhou as cabeças de todos os jihadistas que conseguiu apanhar.
Desde 2004 que esta iraquiana lidera uma milícia de 70 homens que combate na cidade de Shirqat, recentemente libertada, a apenas 80 quilómetros a sul de Mossul, o quartel general do grupo terrorista. “Lutei com eles, decapitei-os, cozinhei as suas cabeças e queimei os seus corpos”, confessou à CNN, com a naturalidade de quem age movida pela vingança.
Claro que agora é a sua cabeça que está a prémio – já recebeu ameaças de morte dos maiores cabecilhas do grupo armado, incluindo do líder máximo Abu Bakr al-Baghdadi. “Estou no topo da sua lista dos mais procurados, acima do primeiro ministro”, assumiu, sem medos.
“Por seis vezes tentaram assassinar-me. Tenho estilhaços na cabeça e nas pernas e as costelas partidas, mas nada disso me impede de continuar a lutar”, contou na mesma entrevista à cadeia norte americana.
O Isis teme-a não só pela sua garra e por tudo aquilo que tem andado a fazer aos terroristas, mas ainda mais por não ser um homem. É que se forem assassinados por uma mulher, creem, serão desviado do caminho direto para o céu.