Foi logo a 19 de maio último, quando a VISÃO publicou uma extensa reportagem que dava conta do crescimento do fenómeno das corridas de galgos de Norte a Sul do País, e do aumento das suspeitas de graves maus-tratos a esses cães, que o PAN dirigiu oito perguntas ao ministro Capoulas Santos, que tutela, através da Direção-Geral de Veterinária, o bem-estar animal e o registo de canídeos.
Além de referenciar mais de duas dezenas de pistas em todo o País nas quais se realizam corridas de galgos, o PAN queria ser esclarecido sobre a regulamentação legal e sanitária destes eventos. As respostas chegaram há dias ao Parlamento, com o assunto a morrer logo na primeira afirmação do ministro Capoulas Santos, que disse desconhecer a “existência de corridas de galgos” em Portugal. Quanto às restantes sete perguntas, o governante despachou-as com a menção de que estavam “prejudicadas pela resposta anterior”.
Uma fonte do PAN disse à VISÃO que o seu partido “vai continuar a pressionar o ministro, mostrando-lhe os factos”.
Mas a VISÃO interpelou Capoulas Santos, enviando-lhe um pedido de esclarecimento que sobretudo pretendia clarificar a aparente contradição entre a afirmação do ministro de que “não tem conhecimento da existência de corridas de galgos” no nosso país, e um apanhado de notícias publicadas na Imprensa e de reportagens transmitidas na TV sobre o assunto, de 2010 a 2016, que lhe mostrámos. Incluindo a matéria mencionada da VISÃO e alusões a um campeonato nacional. A geografia é alargada, de Famalicão à Maia, da Póvoa de Varzim a Castro Verde e a Cuba.
Em resposta, Capoulas Santos argumentou que o seu ministério “não tem quaisquer competências no controlo de corridas de qualquer tipo”, sendo essa “uma função das autoridades policiais”.