“Quem te ama, não te agride” foi o slogan da campanha do Instituto Português do Desporto e Juventude e da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, do ano passado. Figuras públicas afirmavam de olhar firme e fixo na câmara, «se o teu namorado exige saber a tua password, se te obriga a vestir o que ele quer, isso não é amor” Também a Visão, nesta semana, lançou uma campanha própria: “Isto não é Amor. Amar é respeitar”, só com teenagers, que já está on line e passará nas Queimas das Fitas, de norte a sul do país.
Explicam os psiólogos que a adolescência é uma fase crítica no desenvolvimento emocional e sexual dos jovens. Qualquer experiência mais disfuncional pode condicionar a sua normal maturidade. Os jovens estão confusos, a lidar com emoções fortes,às vezes pela primeira vez, não sabem distinguir amor de posse, não percebem onde acaba o ciúme razoável e começa o controlo e a agressão. As tecnologias de comunicação deixaram-nos ainda mais vulneráveis, controlados, ameaçados e até reféns. E estão neste momento a servir como os mais sádicos instrumentos de chantagem e subjugação, através do cyberstalking (assédio entre namorados), ou sexting (usar conteúdos sexuais para chantagear e subjugar, controlando o outro, através da ameaça de mostrar no mundo virtual o que o casal fez na privacidade).
O caso de Ana, no vídeo abaixo, é um clássico, seguindo todas as etapas, em crescendo, de violência no namoro. Ela apaixonou-se aos 16 anos. “Parecia uma história de amor da Disney”. Ele era um rapaz giro, que lhe mandava muitas mensagens, fazia muitos miminhos.Estava encantada. Era o primeiro namorado. Dois meses depois, começaram os ciúmes, a tentativa de controlo, exigia saber com quem comunicava no facebook, com que saía, quem eram os amigos… Daí a nada ele entrava na fase da agressão, das torções nos braços, dos encontrões, dos apertões no pescoço. Ana não percebeu o que lhe estava a acontecer. Teve de sofrer muito para sair do pesadelo. com ajuda dos pais e da polícia. Não voltaria a ser a mesma.