Em ‘11.22.63’ James Franco é um professor de liceu que numa viagem ao passado vai tentar evitar o assassinato do presidente americano J.F. Kennedy
Stephen King era professor de inglês e tinha 24 anos quando teve a primeira ideia de escrever sobre uma viagem no tempo que salvaria o presidente americano John Fitzgerald Kennedy de ser assassinado a 22 de novembro de 1963, no Dallas, estado do Texas. Passaram quatro décadas até publicar o livro considerado pelo The New York Times como uma das melhores obras de ficção de 2011. Agora é tempo de a história do professor de literatura que regressa ao passado para tentar evitar a morte do presidente ser vista em televisão na série 11.22.63 que se estreia na próxima segunda-feira, 15, no canal de streaming Hulu – um concorrente do Netflix com cerca de dez milhões de assinantes. O nome de Stephen King já é um chamariz suficiente mas se a ele juntarmos o know-how de J.J. Abrams (Perdidos e Star Wars: O Despertar da Força) e da sua Bad Robot, este thriller é um dos mais aguardados do ano televisivo. O canal Fox já assinou acordo com a Warner Bros, assegurando a distribuição em 18 países europeus, incluindo Portugal. Mas só no final de março veremos o drama protagonizado por James Franco, no papel de Jake Epping, um professor do ensino secundário, solitário a lidar com a morte da mulher e que quer dar um novo sentido à sua vida. É graças ao incentivo do amigo Al Templeton (Chris Cooper, vencedor do Oscar de melhor ator secundário em Inadaptado), doente com cancro em fase terminal, que vai descobrir um túnel no tempo que o transporta para década de 60, do século XX. São oito episódios onde Jake Epping explora os mistérios que envolvem o alegado assassino do presidente, Lee Harvey Oswald (Daniel Webber), uma ameaça constante à sua missão, assim como Sadie Dunhill (Sarah Gadon), uma bibliotecária por quem se vai apaixonar.
Para o ator principal, nascido há 37 anos na Califórnia e descendente de família madeirense, o grande apelo do projeto foi a oportunidade de revisitar uma parte muito familiar da história americana de uma maneira nova. A viagem no tempo permite reabrir todas as possibilidades. “Para a minha geração que não viveu o acontecimento, tornou-se um mito. Isto é tudo novo”, refere em entrevista à revista Rolling Stone. “James Franco é o nosso guia entre estes dois mundos, o presente e os anos 1960. Vai ver-se envolvido num thriller meio psicológico, meio de investigação, onde tem de perceber afinal o que está por trás da morte de Kennedy, ao mesmo tempo começa a criar laços cada vez que vai ao passado e acaba por ter ele próprio uma personagem tentando descobrir quem orquestrou toda a trama”, explica Gonçalo Moura, diretor de programação e compras dos canais de entretenimento da FOX. “O túnel do tempo faz com que a personagem de James Franco se adapte à época e a personagem de Chris Cooper também ajuda, pois já fez estas viagens e dá-lhe todos os conselhos necessários para se infiltrar nos anos 60 sem chamar muito a atenção”, acrescenta.
Neste projeto coube a Bridget Carpenter a tarefa de adaptar o livro de 849 páginas em oito horas de série. Conhecida pelo seu trabalho em Friday Night Lights e Parenthood conseguiu que Stephen King cedesse em alguns aspetos, por exemplo, Jake Epping viaja até 1960 (ao contrário do livro que é em 1958). Em 11.22.63, que em Portugal se irá chamar 22.11.63 (tal como o livro de King), como é apanágio de J.J. Abrams a ação anda para trás e para a frente no tempo de uma forma muito mais fácil de seguir do que em outros projetos do autor, como Fringe por exemplo. Na opinião de Gonçalo Moura “é uma narrativa mais linear, sendo que o protagonista quando volta ao passado, volta sempre ao mesmo sítio onde ficou”. Por cá teremos de esperar pelo final de março para reviver ou descobrir a história da morte de JFK.