De acordo com o novo estudo realizado na Alemanha e publicado este mês na revista Demography, o efeito de um novo membro na vida de uma pessoa, durante o primeiro ano, é, para a maioria, devastador – pior que o divórcio, desemprego ou, mais impensável ainda, a morte do companheiro.
A investigadora e socióloga Rachel Margolis, da Universidade do Ontario, Canadá, e o investigador Mikko Myrskylä, diretor do Instituto alemão de Investigação Demográfica Max Planck, acompanharam 2.016 alemães que não tinham filhos no início do estudo até pelo menos dois anos após o nascimento do seu primeiro filho.
Aos participantes no estudo, foi pedido que classificassem os seus níveis de felicidade, em resposta à pergunta: “Quão satisfeito está com a sua vida, dadas todas as circunstâncias?”.
A maioria dos casais presentes no estudo começou por se declarar muito feliz com a ideia do primeiro filho. No ano anterior ao nascimento do bebé, os seus níveis de satisfação eram ainda mais marcantes.
Mas a partir do nascimento, as experiências dos pais começaram a divergir: Cerca de 30% dos pais mantiveram o seu nível de felicidade e bem-estar, mas os restantes diminuíram significativamente durante o primeiro e segundo ano após o nascimento.
Os dados mostraram que quanto maior for a perda de bem-estar, menores são as probabilidades de terum segundo filho. Este efeito foi mais significativo nos pais com mais de 30 anos e nível superior de escolaridade.
Para se perceber o nível da quebra nos níveis de felicidade, diga-se que estudos anteriores quantificaram o impacto de outros acontecimentos da vida, usando a mesma escala desta nova investigação, concluindo que o divórcio, por exemplo, equivalia a uma queda de 0.6 de uma “unidade de felicidade”. O desemprego significava uma queda de uma unidade, o mesmo que a morte de um companheiro. Já o ingresso no mundo da paternidade leva a uma queda de 1.4 unidades, considerada “muito severa”.