Embora a prancha seja uma postura conhecida há muito, em especial pelos praticantes de ioga e pilates, surgiu numa variação competitiva recente. A prancha é uma das posições mais difíceis de manter em termos de exercício físico.
O objetivo é elevar o corpo do solo, como se se preparasse para fazer uma flexão mas manter-se apoiado nos antebraços e nos dedos dos pés (ligeiramente fletidos). Os cotovelos devem estar bem assentes no chão e as costas bem direitas (evitando a curvatura lombar, com a ajuda da mobilização dos grandes retos abdominais). O chamado planking é tentar manter esta posição o máximo de tempo possível.
Ser capaz de manter a posição, seja por que período de tempo for, é uma tarefa árdua, pois solicita vários grupos musculares em simultâneo, em especial os músculos das costas e os abdominais (quando realizada de forma correta). Mas o planking tornou-se um exercício ultra-competitivo, em que quem consegue manter-se em prancha durante mais tempo tem mais status (há quem consiga permanecer durante 5 minutos). E nas aulas de pilates o planking tornou-se um momento altamente competitivo, a ver quem consegue permanecer por mais tempo.
Mas apesar dos benefícios da postura, permanências longas podem causar danos. Isto porque com o passar do tempo, e com objetivo de diminuir o esforço muscular, o corpo acaba por entrar numa posição muito diferente da inicial em que a cervical e a lombar fazem curvaturas exageradas (e prejudiciais) de forma a diminuir o esforço muscular.
Por outro lado, mesmo se fizer a postura corretamente, mas permanecer durante um período de tempo exagerado, os músculos intercostais entre as costelas e os músculos peitorais do tórax são solicitados em demasia. Durante a permanência há uma enorme pressão sobre todas as articulações das costelas, bem como a articulação do ombro. A prancha coloca também muita pressão na zona da cartilagem que une as costelas ao esterno, o pode que provocar uma inflamação grave. Especialmente em pessoas com ligamentos fracos ou instabilidade articular.
Apesar da moda (e do fator competição), na opinião do Dr. Michael Durtnall, fundador da Clínica de Quiroprática Sayer em Londres, “as pranchas são para pessoas superfit e atletas, não são para pessoas sedentárias que apenas vão ao ginásio uma vez por semana e exageram na dose”.